Um programa piloto de exploração mineira, que será criado no decorrer deste ano, poderá culminar com a continuidade dos trabalhos para a materialização na íntegra do potencial dos depósitos de rocha dura de Mulepe, na Lunda-Norte, que, em plena produção, estima-se que venha a processar cerca de 3 milhões de toneladas de kimberlitos por ano, num investimento de 150 milhões de dólares.
De acordo com um comunicado de imprensa enviado à FORBES, o projecto resultará de um acordo assinado em Dezembro de 2020, entre a Gemcorp – grupo de trading e investimento em mercados emergentes – e a ENDIAMA Mining Limitada, subsidiária da ENDIAMA E.P – empresa diamantífera estatal.
Com o referido projecto, refere o documento, pretende-se que ambos os parceiros conheçam detalhadamente as operações mineiras a desenvolver no local, o tipo e a qualidade dos diamantes existentes na concessão, a capacidade dos prestadores de serviços que já actuam na região, assim como a potencial arrecadação de receitas com a venda dos diamantes a extrair do Mulepe.
O documento revela que, enquanto accionista maioritária, promotora e operadora, a Gemcorp vai financiar o programa piloto e as operações de prospecção do projecto. “Estamos verdadeiramente satisfeitos por continuarmos a apoiar Angola na retenção do valor total dos recursos naturais”, garante Atanas Bostandjiev, CEO da Gemcorp, citado na nota.
Para o gestor, Angola é um país com enorme potencial e a parceria firmada com a subsidiária da empresa diamantífera nacional vem reforçar a confiança que se tem no seu futuro económico. “A nossa capacidade e experiência no financiamento e no desenvolvimento de projectos, acompanhada da experiência na comercialização de bens na África Subsariana, significa que estamos bem posicionados para implementar e concluir esta nova aposta em Angola”, assegura.
Já a ENDIAMA, que possui um conhecimento institucional relevante do local e cuja experiência na Lunda-Norte lhe é reconhecida, garante que trabalhará activamente para que a parceria se desenvolva “de forma atempada, economicamente rentável e segura”.
Ganga Júnior, PCA da empresa, reforça que o consórcio com a Gemcorp constitui mais um passo para o aumento da carteira de negócios do subsector diamantífero angolano, em toda a sua cadeia de valor.
“Temos grande gosto em trabalhar com a Gemcorp naquela que será a sua primeira actividade de exploração de diamantes no país, um exercício que contribuirá, decerto, para o desenvolvimento de Angola e que representa um sinal forte de abertura do subsector ao investimento directo estrangeiro”, afirmou.