Quanto mais pessoas participam na economia digital, maior são os perigos dos ataques cibernéticos em Angola. O alerta é de Morato Custódio, director-executivo da Lisa Pulsaris Electrónica.
Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o responsável da fábrica de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, afirma que quanto mais pessoas tiverem no ecossistema digital no país, mais apetecível Angola se tornará para os ataques cibernéticos.
“Então, nós temos sempre que olhar numa perspectiva com duas frentes. Existe sim muitas oportunidades, mas temos de estar ciente dos desafios e temos de nos preparar a nível da literacia digital, da regulamentação e dos mecanismos de controlo, para podermos evitar os ataques cibernéticos”, aconselha o empreendedor.
Para evitar esses ataques, de acordo com o especialista, o sector privado, especialmente o da banca, tem feito muitos investimentos, não apenas a nível de infra-estruturas ou tecnológico, mas também a nível da formação dos seus colaboradores.
Por outro lado, a nível do Governo, lembra, existe a Agência de Protecção de Dados, que actualmente vela mais pela integridade dos dados das pessoas. A ela, acrescentou, junta-se também o Livro Branco das Tecnologias de Informação, que chamava atenção sobre os crimes cibernéticos, desde o ano de 2013.
“Muito tem sido feito, só que a tecnologia, a inovação e a quantidade de jovens que temos no país, tudo se move a uma velocidade que fica difícil todas as outras componentes ou mecanismo de controlo acompanhar”, considera Morato Custódio, frisando que “com a velocidade que a inovação acontece em Angola, dá sempre a impressão de que ainda tem muito trabalho pela frente”.
No entanto, o que falta para se ter um controlo sobre os ataques cibernéticos, segundo Morato, “é a falta de união, colaboração entre o Estado e o privado”, naquilo que é a definição das políticas publicas, que acabam sendo a salvaguarda na eventualidade de se ter alguns problemas.
“O Governo precisa andar de mão dadas com o privado, porque o privado tem como objectivo principal maximizar os lucros dos seus accionistas e o Governo aparece como o maior defensor da integridade da componente principal do Estado, que são as pessoas”, refere.
*Napiri Lufánia