Faleceu hoje aos 97 anos Dílon Ndjindji, conhecido como o “Rei da Marrabenta”, um dos maiores ícones da música moçambicana. A notícia foi confirmada por um familiar, Dércia Ndjindji, que revelou que o artista já se encontrava doente e que a sua condição se agravou devido à idade avançada.
Nascido no distrito de Marracuene, na província de Maputo, Dílon Ndjindji tornou-se uma figura incontornável do ritmo marrabenta, um género musical moçambicano com raízes no período colonial. A marrabenta rapidamente se popularizou, especialmente na região sul de Moçambique, tornando-se um símbolo da identidade cultural do país. Ao longo dos anos, o género foi sendo reinventado por gerações mais jovens, fundindo-se com outros estilos musicais.
De cordo com a Lusa, Dílon Ndjindji não foi apenas cantor, mas também bailarino, e a sua contribuição para a cultura moçambicana foi amplamente reconhecida. O Governo de Moçambique distinguiu-o com a “Medalha de Mérito de Artes e Letras” pelo seu legado artístico. A sua vida e obra foram retratadas no documentário “Marrabentando – As Histórias que a Minha Guitarra Canta”, de Karen Boswell, e em 2013 foi publicado um livro biográfico intitulado “Vida e Obra de Dilon Djindji”.
Ao longo da sua carreira, Dílon Ndjindji conquistou vários prémios, incluindo o prestigiado “Ngoma Moçambique”, o mais antigo galardão de música no país, atribuído pela Rádio Moçambique. Em reconhecimento do seu impacto, uma rua no seu distrito natal de Marracuene foi baptizada com o seu nome.
A partida de Dílon Ndjindji representa uma perda significativa para a música e cultura moçambicanas, deixando um legado que continuará a inspirar artistas e amantes da marrabenta por muitas gerações.