Moçambique sofre mensalmente cerca de 1,5 milhões de ataques cibernéticos, dados que revelam altos níveis de vulnerabilidade, alertou o diretor-geral da tecnológica portuguesa Bravantic.
“Moçambique é um país muito vulnerável, ainda não temos a maturidade suficiente para consolidar alguns passos no que diz respeito à segurança”, declarou Eduardo Vicente, falando à comunicação social, à margem de uma conferência internacional sobre segurança cibernética que decorre em Maputo.
De acordo com a Lusa, só no primeiro semestre deste ano, Moçambique registou um total de 367 processos relacionados a crimes cibernéticos e, embora os números representem uma redução em 6,6%, comparando com igual período de 2022, a situação ainda é descrita como alarmante.
“É pena que muitos empresas que são atacadas não disponibilizem essa informação, por questões, às vezes, de imagem, por questões internas”, declarou Eduardo Vicente.
Segundo o diretor-geral da Bravantic, o processo de transformação digital que muitos empresas estão a assistir em África torna o continente um terreno para ameaças cibernéticas.
“África cresce muito e, por vezes, neste processo, as coisas são feitas de um modo imediato e sem a consolidação na área da segurança”, observou a fonte, que aponta maior investimento na segurança e formação de quadros como fundamentais.
De recordar que, em Fevereiro do ano passado, um ataque cibernético deixou inoperacionais vários portais oficiais, mas, segundo as autoridades, a situação foi controlada após algumas horas.