O Governo de Moçambique antecipa uma desaceleração no crescimento económico do país para 4,7% em 2025, comparado com os 5,5% previstos para este ano. Esta previsão está detalhada no Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP) até 2027, aprovado recentemente pelo executivo.
Segundo o documento, que foi aprovado este mês em Conselho de Ministros e ao qual a agência Lusa teve acesso, o Governo admite, com base nas projecções actuais, um crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB), impulsionado tanto pela procura interna quanto pela externa.
O CFMP estima que o PIB de Moçambique aumente de 1,322 biliões (milhões de milhões) de meticais (18.982 milhões de euros) em 2023 para 1,536 biliões de meticais (21.902 milhões de euros) este ano, e para 1,637 biliões de meticais (23.362 milhões de euros) em 2025.
“As perspectivas são positivas, com um crescimento previsto de 5,5% para 2024 em relação aos 5,0% registados em 2023. Prevê-se uma desaceleração para 4,7% em 2025, influenciada pela redução esperada no sector extrativo devido ao alcance da capacidade máxima de produção, bem como nos sectores agrícola e de transportes e comunicações, afectados por condições climáticas adversas”, lê-se no documento.
Para 2026, o Governo prevê um crescimento real do PIB de 4,5%, com uma aceleração esperada para 5,8% em 2027, impulsionada por projectos de produção de gás natural.
O documento também prevê que a inflação se mantenha entre 4,5% e 5,5% no período de 2025 a 2027, alinhada ao objectivo de manter a inflação em um dígito, embora sujeita a pressões de choques de oferta e aumentos nos preços das commodities, especialmente alimentos e energia.
O Cenário Fiscal de Médio Prazo foi elaborado com o objectivo de traduzir os objectivos estratégicos de desenvolvimento em projecções financeiras realistas e sustentáveis, fornecendo uma base sólida para a tomada de decisões e a alocação eficiente de recursos.
“Ao projectar receitas e despesas públicas para os próximos três anos, podem-se identificar desafios financeiros e oportunidades de investimento que ajudarão a orientar políticas eficazes e a alocação eficiente de recursos”, refere o documento.