A taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, subiu dois pontos percentuais para 15,25% na reunião do CPMO de 30 de março passado.
Segundo o comunicado as “perspectivas de desaceleração da inflação para um dígito no médio prazo” resultam “do abrandamento da procura externa e consequente desaceleração dos preços internacionais das mercadorias, num contexto de manutenção da estabilidade cambial”.
O comunicado assegura que em caso de agravamento dos riscos e incertezas associados às projeções de inflação, o CPMO não hesitará em aumentar a taxa MIMO para assegurar, no médio prazo, a inflação em um dígito.
No curto prazo, prevê o CPMO, “antecipa-se a continuação do aumento dos preços, a refletir a repassagem dos elevados custos do petróleo e de alimentos no mercado internacional, para a economia doméstica”.
“As perspectivas de inflação apontam para uma contínua aceleração no curto prazo e uma desaceleração no médio prazo”, destaca o comunicado, salientando que em junho, a inflação anual acelerou para 10,8%, contra 9,3% em maio.
Esta aceleração refletiu “sobretudo, o aumento dos preços dos bens administrados, com destaque para os combustíveis e transportes”.
“A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados e das frutas e vegetais, e que é influenciada pela política monetária, acelerou ligeiramente, a traduzir, essencialmente, a repassagem do aumento dos preços administrados para os de outros bens e serviços”, realça a nota.
No médio prazo, o CPMO antevê a manutenção da inflação em um dígito, uma situação favorecida pela estabilidade da moeda moçambicana, o metical, e “pelo refreamento dos preços internacionais das mercadorias, em consequência do abrandamento da procura externa”.
O CPMO mantém as perspectivas anteriores quanto à recuperação económica em 2022 e 2023, apesar do abrandamento da procura externa.