A agência de notação financeira Moody’s considera que “o aumento da dívida interna de Moçambique” e um recente “erro de comunicação”, destacam os desafios da gestão da dívida do país, apesar de manter esperança nos resultados da futura exploração de gás.
“Embora haja muita vontade de Moçambique em cumprir as suas próximas obrigações de dívida, os recentes pagamentos atrasados, o fraco apetite pelo mercado interno de títulos do Estado e o rápido aumento da dívida interna, sublinham os persistentes problemas de liquidez”, lê-se numa nota de análise aos investidores.
Em causa, está o atraso no pagamento de cupões de dívida interna, entre Fevereiro e Março, período de pressão acrescida para os cofres do Estado com o aumento da massa salarial, entre outros factores, nota a agência.
A Moody’s sublinha que novo momento de pressão se aproxima, entre Setembro e Novembro, com o Governo a ter de lidar com o pagamento de cupões e amortizações de dívida interna.
Em Maio, chegou a ser veiculada a ideia de se reanalisar o perfil desses desembolsos, refere a agência financeira, “mas o Governo retificou a declaração”, dizendo que “tinha sido um lapso” e que não pretende redefinir o perfil daqueles instrumentos.
Como resultado, segundo avança a Lusa, a análise coloca Moçambique no nível ‘Caa’, ou seja, no escalão de instrumentos financeiros de alto risco.