Um projecto de transporte de gás de Moçambique a Malawi está a ser viabilizado entre as autoridades dos dois países e visa a construção de um gasoduto que ligue as reservas do Rovuma, ao largo de Cabo Delgado, até ao território malauiano.
A iniciativa faz parte de uma estratégia dos dois Estados e foi manifestada por delegações dos dois países que já acordaram analisar a possibilidade da construção do gasoduto da região do Rovuma ao Malawi para a importação de gás de Moçambique.
“As delegações dos dois países acordaram analisar a possibilidade da construção de um gasoduto do Rovuma ao Malawi para a importação de gás de Moçambique por aquele país vizinho, do interior de África”, avança um documento, citado pela Lusa.
O comunicado inclui as decisões tomadas durante a visita do chefe de Estado do Malawi, Lazarus Chakwera, a Moçambique. A visita decorreu numa altura em que o Malawi é um dos países que apoia o combate ao terrorismo em Cabo Delgado, no âmbito da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Além do gasoduto, e ainda no capítulo da energia, os dois países acordaram “negociar uma possível joint venture para o desenvolvimento de uma barragem hidroeléctrica nas quedas de Zoa”, no rio Ruo, que estabelece a fronteira entre os dois países, com a capacidade de 41 megawatts.
Moçambique obteve ainda luz verde do Malawi para o desenvolvimento da mini-hídrica de Berua de 1,9 megawatts para a partilha pelas populações de Milanje em Moçambique e Thyolo no Maláui.
Houve também acordo quanto à proposta do Malawi de iniciar a negociação com Moçambique, sobre o estabelecimento de um corredor diplomático de dados na Internet, para permitir que o Malawi se ligue ao cabo de fibra ótica em Moçambique.
No âmbito da cultura e da língua, o comunicado conjunto refere a decisão de “introduzir o ensino da língua portuguesa junto dos malauianos e a formação de diplomatas do Maláui numa universidade diplomática em Moçambique”.
O Malawi partilha a maior extensão das suas linhas de fronteira com o Norte e Centro de Moçambique, país que lhe permite o acesso ao oceano Índico para acesso a mercadorias e a partir do qual obtém parte da energia que consome.