A República de Moçambique está a condicionar a transição energética à construção de uma barragem no país, como parte de uma estratégia do governo local para reduzir os défices de distribuição de energia nas várias províncias daquela nação do índico.
A possibilidade de construção de uma hidoeléctrica foi avançada esta semana, em conferência de imprensa, pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, que considera que a futura hidroelétrica de Mphanda Nkuwa será um empreendimento fundamental para a transição energética de Moçambique.
Para fazer face ao desafio, o governo iniciou agora uma busca por um parceiro “estratégico forte” para a infra-estrutura. Segundo Max Tonela, o projecto hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa será a maior barragem a ser construída no país, depois da independência nacional em 1975.
“Mphanda Nkuwa será também um elemento fundamental no processo de transição energética de Moçambique e da região, através da provisão de energia limpa”, declarou Tonela.
Para o responsável, a infra-estrutura “será igualmente uma importante solução de mitigação das alterações climáticas, visando o alcance da neutralidade carbónica, em linha com as metas do Acordo de Paris”. O Governo garante que o empreendimento vai gerar segurança no fornecimento de energia de qualidade e ao menor custo e reafirmar a posição de Moçambique como um polo energético regional, acrescentou.
“A nossa visão do sector é de longo prazo, pelo que iremos continuar a adotar medidas que visam impulsionar o fortalecimento da participação privada e a proposta de revisão da Lei de Eletricidade, que neste momento segue os trâmites para a sua aprovação, reflete os esforços em curso visando a melhoria do ambiente de investimento no sector eléctrico em Moçambique”, destacou.
Referindo-se ao concurso internacional para a selecção do parceiro estratégico para o projecto hidroelétrico de Mphanda Nkuwa, o ministro dos Recursos Minerais e Energia avançou que o processo traduz a vontade do Governo de identificar um parceiro aliado “forte” para a construção do projecto.
“Estamos totalmente comprometidos com a realização de um processo aberto e transparente, que permita a selecção de investidores mediante critérios baseados na capacidade técnica, robustez financeira e experiência comprovada no desenvolvimento de projectos similares”, afirmou Tonela.
O aludido parceiro vai trabalhar com a Electricidade de Moçambique (EDM) e Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), como representantes do sector público.
A representante do Banco Mundial em Moçambique, Idah Z. Pswarayi-Riddihough, afirmou na ocasião que Mphanda Nkuwa será um empreendimento emblemático, reforçando a posição do país africano como produtor de energias limpas.
“O projeto emblemático de Mphanda Nkuwa tem um potencial transformador de trazer energias renováveis para o país e região em grande escala”, declarou Idah Z. Pswarayi-Riddihough.