Moçambique deverá afirmar-se, nos próximos dez anos, como o maior produtor de gás na África Subsaariana, caso estejam reunidas as condições de segurança, uma vez que o país possui cerca de 50% das reservas de gás potencialmente recuperáveis da região.
A opinião é do Associate Partner da Deloitte, Frederico Martins Correia, quando comentava em exclusivo à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA sobre o mais recente relatório “2023 Industry Outlook Oil & Gas”, da consultora internacional.
“Estando garantidas condições de estabilidade, seguramente Moçambique será o maior produtor [de gás] da região, visto que possui cerca de 50% das reservas de gás potencialmente recuperáveis da região subsariana, e ao facto da TotalEnergies encarar a operação em Moçambique com grande seriedade e compromisso com o país, continente e com o sector”, refere o especialista.
O Associate Partner da Deloitte diz não ter dúvidas que, neste contexto, para os próximos 10 anos, as perspectivas para Moçambique no sector de energia, e em particular do gás, são “extremamente positivas”.
Sobre a transição energética em curso no mundo, Frederico Martins Correia, mostrou-se confiante que, no quinquénio 2030-2035, a região da África Subsaariana deverá registar o dobro de projectos e investimentos de exploração de gás, saindo dos actuais 1,25 milhões de barris equivalentes de petróleo para 2,5 milhões.
No seu relatório, a Deloitte prevê que o sector da indústria de petróleo e gás no mundo terá encerrado o ano de 2022 com o melhor balanço financeiro de sempre, alcançando um excedente recorde de 1,4 biliões de dólares. O especialista da multinacional do ramo da consultoria considera que se trata de uma expectativa positiva de que os operadores internacionais presentes nos países exploradores e produtores de petróleo e gás da lusofonia africana terão, na próxima década, um reforço de investimento nas suas operações.
“Isso é extremamente positivo para estes países, pois fortalece a economia local, os seus orçamentos de Estado, através da tributação fiscal ao sector, a manutenção ou aumento da taxa de emprego no sector, e o incremento de credibilidade internacional do país, ao garantir a permanência de operadores e de empresas de suporte à indústria”, refere, antevendo, por outro lado, um cenário de dificuldades para os não produtores de petróleo e gás.