Com vista a reduzir a pressão social e minimizar a insegurança alimentar provocada pelos terroristas do Estado Islâmico (ISIS) em Cabo Delgado, a República de Moçambique beneficiou de uma ajuda de 1,7 milhões de dólares do Governo do Japão, de acordo com um comunicado da embaixada do país em Maputo.
As verbas deverão ser destinadas às comunidades desalojadas pelos ataques armados em Cabo Delgado, numa operação que envolve a Embaixada do Japão, Governo de Moçambique e o Programa Alimentar Mundial (PAM).
Segundo a estratégia do PAM, a doação vai servir para comprar peixe enlatado para mais de 25 mil pessoas deslocadas pela violência no Norte do país, durante os próximos 12 meses, e demais bens de primeira necessidade para acudir as famílias aí afectadas pelas consequências do terrorismo instalado, ainda sem fim à vista.
O embaixador japonês em Maputo, Hajime Kimura, manifestou o desagrado do país nipónico com as crises em Cabo Delgado, ao juntar-se às vozes solidárias com o sofrimento dos povos do Norte de Moçambique. “O Governo do Japão está extremamente preocupado com a situação humanitária no Norte de Moçambique”, sublinhou Hajime Kimura.
Por sua vez, o director-adjunto do PAM falou sobre as consequências da crise que, diariamente, movimenta famílias para zonas sem condições normais de habitabilidade. Para Pieer Lucas, as necessidades estão a aumentar e já se somam mais de 800 mil pessoas deslocadas e milhares de afectados nas comunidades de acolhimento na região nortenha moçambicana.
Os ataques armados de insurgentes desde 2017, em distritos do Norte de Cabo Delgado, já provocaram mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.