O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou uma angariação de mais de 500 milhões de dólares para proteger a Floresta do Miombo, um dos maiores ecossistemas de florestas tropicais secas do mundo, que se estende por 11 países da África Austral. A angariação foi anunciada durante o diálogo de alto nível sobre a Iniciativa do Miombo, realizada em Nova Iorque, no âmbito da Cimeira do Futuro promovida pelas Nações Unidas.
A Iniciativa do Miombo conta com o apoio de empresários e doadores internacionais, assim como de líderes africanos, incluindo os presidentes do Botsuana e do Maláui. Nyusi destacou que, embora já tenham sido angariados mais de 500 milhões de dólares, o valor poderá aumentar. O chefe de Estado sublinhou ainda a importância de uma gestão transparente e coordenada, uma vez que a floresta do Miombo é um património regional.
O plano de acção para protecção da floresta, desenvolvido pelo Governo moçambicano, prevê um investimento de 550 milhões de dólares, dos quais 153 milhões já tinham sido assegurados desde 2022. As iniciativas centram-se na recuperação de áreas afectadas pela desflorestação, fiscalização e criação de fontes de rendimento alternativas à exploração florestal.
Filipe Nyusi, que está a cumprir o seu último mandato, lembrou que a protecção da Floresta do Miombo é uma missão contínua e que o trabalho desenvolvido será passado para o próximo responsável. “É uma corrida de estafetas”, afirmou, comprometendo-se a avançar o máximo possível antes de entregar o testemunho.
A Floresta do Miombo, que cobre dois milhões de quilómetros quadrados, é essencial para a subsistência de mais de 300 milhões de pessoas na África Austral. A Declaração de Maputo, assinada por Moçambique e outros 10 países da região, estabelece compromissos para a gestão sustentável dos recursos naturais do Miombo, e a criação de um fundo que será sediado em Moçambique.