Um projecto de construção de uma nova plataforma de gás para a República de Moçambique foi anunciado, há dias, pela companhia petrolífera portuguesa Galp, desafio que se junta às últimas iniciativas do género no país, com destaque para o baptismo esta Segunda-feira, 15, da plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito (LNG), na Coreia do Sul.
O repto foi lançado pelo administrador da Galp, Thore Kristiansen, que já adiantou que a companhia está a estudar a possibilidade de instalar uma segunda plataforma de gás em Moçambique, à margem da cerimónia em que a primeira infra-estrutura do tipo se fez ao mar, na Coreia do Sul.
“A próxima fase [de exploração de gás] passa por fazer linhas de liquefacção em terra, mas, devido à situação de insegurança, isso foi colocado em pausa e esperamos que a situação se estabilize”, projectou o responsável, fazendo ao mesmo tempo alusão à insurgência armada em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique.
Para fazer andar a estratégia, a gestão da Galp entende que, até lá, uma das coisas que vai ser desenvolvida é apurar se há formas alternativas de aproveitamento destes recursos. “E então pode ser que se avalie se uma segunda plataforma como esta pode ser uma alternativa”, reforçou Kristiansen.
Para o líder da Galp, o foco é desenvolver as reservas com linhas de liquefacção em terra, que é a forma ideal de construir um negócio com escala.
Kristiansen falava nos estaleiros de Geoje onde a Eni, como líder do projecto Coral Sul da Área 4 (concessão de que a Galp faz pare) lançou a plataforma que, a partir de 2022, vai estrear a exploração das reservas da bacia do Rovuma, consideradas das maiores descobertas de gás a nível mundial.
O administrador da petrolífera portuguesa que assistiu à cerimónia desta Segunda-feira considera que “Moçambique é um país abençoado” com um recurso que o projecto Coral Sul eleva para o “próximo nível”, com inicio de produção em 2022. “É um marco importante para Moçambique e para a Galp”, uma vez que se trata da “primeira produção de gás não associada ao petróleo” da Galp, destacou.
O aproveitamento das reservas da bacia do Rovuma é apontado também como uma resposta às mudanças climáticas. Por ter “cerca de metade das emissões que tem o carvão, o gás pode ser uma fonte com um papel importante na transição para uma sociedade com menos carbono”, realçou o administrador da Galp.
(Com Lusa)