Angola acredita que a Guiné Equatorial está a cumprir com os requisitos para abolir a pena de morte. Esta convicção é do ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, que em declarações aos jornalistas à margem da reunião com o secretário Executivo da CPLP, Ribeiro Telles, referiu que o país “está consciente das exigências da organização incluindo os valores da organização”.
O chefe da diplomacia angolana afirmou ainda que o dever dos nove países que compõem o organismo lusófono “é continuar a ajudar que todos os nossos Estados-membros cumpram com os valores que a organização defende”. “Acredito que a Guiné Equatorial está a fazer também a sua parte para cumprir com este critério importante para a nossa organização. Mas é um trabalho que vai em progresso até chegarmos a esse objectivo”, sublinhou Téte António.
O governante angolano realçou que não se pretende privilegiar os factores de divisão dentro da CPLP e que todos vão aprendendo a respeitar os valores que são defendidos enquanto Estados-membros. “Não será prioridade da presidência angolana pôr à frente os factores de divisão. Vamos ajudar os países que ainda não fizeram os passos positivos nesse sentido a fazê-los”.
Téte António reiterou que a maior facilidade na circulação dos cidadãos do organismo continua na agenda. Isto porque “queremos fazer da CPLP não um assunto de diplomatas e políticos, mas sobretudo um assunto de povos”.
Questionado sobre se é certa a realização presencial da Cimeira de Chefes de Estado, o governante assumiu que se está a trabalhar para a transferência progressiva da presidência da CPLP de Cabo Verde para Angola e a avaliar com o secretariado os últimos detalhes “para que a presidência e a Cimeira de Luanda sejam um sucesso”.
Mesmo com o cenário de pandemia garantiu não só que a Cimeira será presencial como se irá obedecer a todas as medidas de segurança que hoje se cumpre em todo o mundo. E assegurou que em “todas as actividades que vão ter lugar, incluindo a comemoração do 25º aniversário da CPLP, vamos respeitar as medidas”.
O ministro das Relações Exteriores da República de Angola, Téte António, esteve em Lisboa para garantir que a Cimeira de Chefes de Estado da CPLP será presencial e que a presidência angolana irá fazer com que o pilar económico ganhe um lugar de destaque.
O governante angolano sublinhou que “a presidência nunca é tábula rasa. Quando se assume uma presidência é para dar continuidade ao que a organização já tem feito”. Ainda assim, Téte António realçou que cada presidência “traz a sua contribuição para que a nossa organização continue com a mesma vitalidade que já tem”.
Angola assume a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo agendada para 16 e 17 de julho, sucedendo a Cabo Verde, cujo mandato foi prolongado mais um ano devido à pandemia da Covid-19.
Assumindo que o tema da livre circulação de cidadãos já está na ordem do dia, o governante destacou que “também precisamos de falar do factor económico. A presidência angolana gostaria muito de ver o pilar económico ocupar um lugar de destaque entre nós”. Isto porque “podemos circular, mas se não consolidarmos as nossas economias, se não reforçarmos a nossa cooperação a própria circulação será afectada”, alertou o chefe da diplomacia angolana.
Para o ministro das Relações Exteriores de Angola “é preciso que este pilar económico encontre o seu lugar, não só nos nossos textos, mas também na nossa prática”. Numa altura em que as economias continuam afectadas pela propagação do coronavírus, Téte António sublinhou que “todos estamos de acordo que a pandemia não pode parar a vida. Isso significa que é preciso adaptar as nossas economias, os nossos métodos para esta fase de pandemia”. E perceber, saindo-se desta crise sanitária, “como vamos recuperar as economias que foram tanto afectadas”, salientou a mesma fonte. Para o conseguir, destacou “a necessidade de juntarmos os nossos esforços porque ninguém vai poder fazer isto sozinho. Penso que a CPLP é uma plataforma que oferece condições para o efeito”.