O ministro angolano dos Transportes, Ricardo D’Abreu, disse esperar que o corredor do Lobito contribua para o desenvolvimento local e traga benefícios económicos para as populações da região.
O governante que falava na cerimónia de abertura das negociações do concurso para a concessão de serviços ferroviários e da logística de suporte do Corredor do Lobito, afirmou que o projecto não representa o repetir da história.
“Importa-nos é fazer uma nova história, que possa ser mais inclusiva, que promova mais o desenvolvimento local e permita, de facto, as populações que hoje usam esta região do nosso continente e do nosso país, beneficiar, efectivamente, do contributo económico que estas infra-estruturas podem dar”, disse.
Ricardo de Abreu considera que o consórcio das empresas vencedoras do concurso garante toda a credibilidade e capacidade para reposicionar o corredor do Lobito como uma infra-estrutura vital para a facilitação da economia angolana, bem como dos países vizinhos e da região austral da SADC – Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral.
O processo de preparação e execução do concurso de concessão decorreu durante dois anos. A negociação e adjudicação ao consórcio vencedor TVM, constituído pelas empresas Trafigura (Suiça), Mota-Engil (Portugal) e Vecturis (Bélgica), aconteceu a 20 de Julho deste ano.
O administrador da Mota-Engil, Manuel Mota, considera uma honra a selecção do consórcio em que a sua empresa faz parte, frisando que o corredor do Lobito será importante, tendo em conta a integração de Angola na Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).
“É o momento certo. A partir o momento que os países finalizam a abertura das fronteiras para a livre circulação e do comércio isso permitirá um maior desenvolvimento económico dos dois lados, permitirá utilizar o corredor do Lobito para a exportação de bens e mineiros da República Democrática do Congo e, no sentido inverso, no fornecimento de matérias-primas essenciais e de bens alimentares que Angola poderá fornecer”, disse Manuel Mota.
Durante esta semana decorrem as negociações dos pontos dos dois contratos, de concessão da infra-estrutura ferroviária e do uso privativo do terminal portuário minério, estando a assinatura prevista para “tão logo as partes concluam as discussões”.
O concessionário privado prevê investir 333 milhões de dólares, durante os 30 anos de concessão, e o Estado angolano deverá arrecadar mais de 2 mil milhões de dólares através de renda, estando previsto, igualmente, o aumento do volume de carga transportada por meio do corredor do Lobito, que conta com uma extensão de 1.289 km, que se estendem entre as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.