A ministra das Finanças angolana, Vera Daves de Sousa, destacou há dias os “resultados extraordinários” registados na reestruturação do Banco de Poupança e Crédito (BPC), apesar das pressões, que incluíram ameaças de morte ao presidente do conselho de administração.
“O BPC não é um milagre, é disciplina, é sacrifício, é assumir riscos, é ter a sua vida ameaçada, integridade física. Este senhor que está aqui recebeu ameaças de morte, há um preço a pagar, e ele pagou, podia ter corrido mal”, disse a governante, referindo-se à situação do banco público.
Segundo a ministra, passar de resultados negativos para positivos “é extraordinário”, defendendo uma maior divulgação desse trabalho.
Vera Daves referiu que a recuperação do crédito malparado que passou do BPC para a entidade Recredit podia ser melhor, no entanto, “já foi feito bastante”, vincando que há processos em tribunal.
No mesmo encontro, o presidente do conselho de administração da Recredit, Valter Barros, disse que, em termos de recuperação de crédito, entre 2020/2021, a taxa ficou acima dos objectivos estipulados.
“Alcançámos uma recuperação de 28,9 mil milhões de kwanzas (31,1 milhões de euros), o ano passado ficámos a 25% do nosso objectivo de recuperação, com 19,8 mil milhões de kwanzas (21,3 milhões de euros)”, explicou Valter Barros, citado pela Lusa.
Válter Barros salientou que foram remetidos a tribunal processos avaliados em 129 mil milhões de kwanzas (139,1 milhões de euros), incluindo acções executivas, providências cautelares, e um processo de insolvência, “de uma empresa de um empresário muito famoso”, que não tinha condições de pagar o valor em dívida.
“É suposto os processos de insolvência terem uma rapidez do processamento em tribunal, mas aqui em Angola, infelizmente, estamos há dois anos e o processo não foi julgado”, referiu.