Para combater o que designou por “analfabetismo digital” entre os estudantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a ministra angolana do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação exortou esta Quarta-feira, 19, para a necessidade de os países facilitarem, desde acedo, o acesso a computadores aos formandos dos mais variados níveis de escolaridade.
O posicionamento da ministra angolana foi feito na abertura na abertura da IX reunião de Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da CPLP, que decorreu em Luanda, Angola, em formato presencial e online, sob o tema “A Digitalização e Ciência nas Sociedades Pós-Covid-19: Desafios e Perspectivas”.
Para Maria do Rosário Bragança, a digitalização tem um potencial positivo para promover a colaboração, sobretudo além-fronteiras, além de “melhorar a eficiência das múltiplas dimensões”, incluindo o acesso irrestrito a artigos científicos, acesso a base de dados públicas e à investigação colaborativa.
Entre as outras vantagens apontadas por Maria Bragança, destaca-se ainda a redução de custos na interacção entre os profissionais dos mais variados ramos das TICs. Ou seja, a governante angolana entende que a digitalização pode ajudar a reduzir custos inerentes à produção de certos acordos para a investigação científica colaborativa.
Também pode promover, como apontou a ministra, a reutilização de dados científicos, aumentar o rigor e a reprodutibilidade dos estudos científicos e diminuir a investigação redundante.
“No entanto, o potencial positivo da digitalização para promover a colaboração encontra algumas reservas, quanto à sua real utilidade para a aproximação das comunidades científicas e dos cientistas ao público, considerando um processo inclusivo”, sublinhou a ministra.
Estes são, segundo Maria do Rosário Bragança, alguns desafios no mundo digital e da ciência a necessidade de sistemas digitais confiáveis, além do que qualificou como “muito importante”, isto é, a inclusão digital, numa “sociedade global com contradições, entre, por exemplo: desejar investigar o universo para obter um vislumbre do início da humanidade, por um lado, e as debilidades gritantes para saciar as necessidades básicas de certas populações, por outro lado”.
Para Maria Bragança, a pandemia de Covid-19 mostrou-se extremamente desafiadora para a ciência e tecnologia, questionando, por exemplo, que papel jogam e jogarão o digital e a ciência no desenvolvimento dos países da CPLP.
“Indicamos vários desafios, entre os quais destacamos, a exclusão digital, o analfabetismo digital, a segurança versus vulnerabilidade digital e o fenómeno da desinformação”, referiu a ministra.