Um total de 1.593 mineiros moçambicanos deverão absorver, da Comissão de Compensações por Doenças Ocupacionais da África do Sul, cerca de 160 milhões de randes, a moeda sul-africana, (10 milhões de euros) para compensar as providência sociais dos profissionais, de acordo com uma alta autoridade daquele organismo.
Para já, estão cadastrados mais de mil mineiros moçambicanos que beneficiarão de compensações, entre 2019 e 2021, segundo anunciou a ministra do Trabalho de Moçambique, citada pela Lusa, que refere órgãos de imprensa da Nação do índico.
“Em articulação com as autoridades sul-africanas, monitorizámos, de 2019 a 2021, o pagamento [de compensações] a um total de 1.593 beneficiários”, afirmou Margarida Talapa.
Com este trabalho, o processo resultou já no desembolso de 160.198.625 randes, conforme aquela governante que falava durante um workshop multissectorial sobre compensações por doenças ocupacionais aos trabalhadores mineiros moçambicanos na África do Sul, que decorreu na semana passada, em Maputo.
O montante disponibilizado pelo Governo sul-africano é referente ao pagamento de providência social e compensações aos moçambicanos que contraíram doenças ocupacionais nas minas.
Segundo ainda Margarida Talapa, há ainda 1.644 beneficiários elegíveis por localizar, havendo também outros 1.034 que reivindicam os seus direitos.
Dados divulgados no encontro indicam que os mineiros constituem um grupo de alto risco na contracção de doenças pulmonares, com destaque para a silicose e tuberculose.
Já em 2021, Moçambique registou 98 mil casos de tuberculose, dos quais 2,7% foram diagnosticados no grupo de alto risco, de acordo com as autoridades.
A indústria extractiva e de mineração na África do Sul emprega cerca de 442.500 mineiros, em minas de ouro e platina, dos quais 20.810 são moçambicanos, segundo os últimos dados avançados à Lusa pelo Conselho de Minas sul-africano.