Mindelo recebe “o maior espectáculo de Cabo Verde”, slogan do Carnaval deste ano em São Vicente. O mote é dado aos 5 grupos que vão desfilar este ano que não têm mãos a medir.
A Ligoc, Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente anuncia um dos maiores de sempre. “É o regresso pós pandemia, as pessoas querem estar presentes”, partilha Marco Bento, presidente da entidade que quer ”colocar este carnaval entre os melhores do mundo. Estamos preparados e a apostar forte neste evento, precisamos do apoio de todos, do nosso povo, de entidades oficiais e empresários”.
É certo que o carnaval do Mindelo é uma festa popular para pessoas de todas as idades e condições sociais, para residentes e turistas. Mas, não é menos verdade que se quiser participar ativamente nos acontecimentos do carnaval terá de contar com alguns gastos significativos.
A agenda carnavalesca começa na sexta e estende-se até terça feira. Nesses dias acontecem pelo menos três festas que os mindelenses lhe dirão serem obrigatórias. O bilhete custa 27 euros por festa, o traje de carnaval é indispensável e “não é de bom tom” repetir disfarces.
Um dos pontos altos do entrudo mindelense é o desfile noturno da escola de Samba Tropical, um grupo que junta mais de mil foliões, uma boa parte membros da elite caboverdiana. Saem às ruas na noite que antecede o dia de carnaval para um cortejo cheio de glamour. Para desfilar numa das alas do Samba Tropical terá de comprar o seu próprio figurino. Os preços começam nos 200 euros e, no caso de figuras de destaque, podem chegar aos 5 mil.
Se pelo contrário dispensa as penas e lantejoulas, talvez prefira o desfile dos mandingas. Acontece no domingo de carnaval e galvaniza milhares de pessoas. Para se transformar num mandinga deve pagar cerca de 20 euros, pelos quais recebe uma saia de corda, adornos tribais e a tinta preta para cobrir o corpo e o rosto. Não se preocupe. A tinta sai com água e sabão e é inofensiva.
Caso tenha ainda forças e espírito competitivo pode inscrever-se num dos grupos oficiais para desfilar na terça feira. Aí os trajes começam nos 60 euros.
Feitas as contas uma participação ativa no carnaval irá custar-lhe algumas centenas de euros, mas quem experimenta diz que vale cada cêntimo investido nesta experiência.
Em relação aos grupos, abe-se que cada investe uma média de 90 mil euros no Carnaval. Um orçamento coberto em cerca de 50% pela Câmara Municipal e pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas que entregam à Liga um montante de 180 mil euros e 45 mil euros para distribuir pelos 5 grupos que vão desfilar este ano. “O restante, os grupos vão buscar a parceiros privados, mecenas e patrocinadores para completarem o orçamento. Claro que cada grupo gasta mais ou menos em função das suas possibilidades”, afirma Marco Bento.
Por agora os preparativos estão na fase final e a agenda promete dias de muita atividade, desfiles, trios elétricos, festas, grupos espontâneos e muita alegria nas ruas da cidade.