O governo angolano perspectiva, até 2023, atribuir o selo “Feito em Angola” a cerca de 1000 bens produzidos localmente, como forma de fomentar o aumento da produção nacional, promover os produtos de país com valor acrescentado superior a 30%, avançou esta semana, em Luanda, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.
De acordo com o governante, que falava durante a abertura da 1° Edição da Expo Feito Em Angola, que decorre na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo até ao próximo Domingo, o aumento da produção e a sua qualidade têm contribuído para a diversificação das exportações e substituição das importações, tendo o peso do sector não-petrolífero no Produto Interno Bruto (PIB), passado de 57%, em 2011, para 72%, em 2021, o que, segundo garantiu, proporcionou o aumento do emprego, o combate à fome e à pobreza e o fortalecimento do tecido empresarial privado.
A reestruturação do “Feito em Angola”, realizada em 2022, explicou o ministro, destaca-se pela reformulação do selo, em que apresenta agora um código QR, que permite a leitura de um conjunto de indicadores associados ao produto, incluindo a localização geográfica, como elemento diferenciador e representativo da sua inovação tecnológica, conferindo mais segurança, maior valorização e exposição da oferta de bens e serviços nacionais no mercado interno e externo.
“Além do selo original, fruto da auscultação à classe empresarial e sociedade civil, desenvolveu-se também um selo verde para um grupo de aderentes específicos com produtos ecológicos, orgânicos e biodegradáveis, mas acima de tudo sustentáveis, que resultem da adopção de processos de produção e de tecnologia verde”, assegurou.
Mário Caetano João disse que os empresários nacionais e estrangeiros podem têm em Angola uma oportunidade para fazer negócios, “aproveitando as inúmeras vantagens comparativas existentes, fruto do quadro legal em contínua mutação para um melhor e competitivo ambiente de negócios, o respeito pela propriedade privada e a jovem, vibrante e acolhedora força de trabalho, bem como o enorme potencial económico transcrito na grande extensão territorial, baixa densidade populacional, localização geográfica privilegiada e recursos hídricos e energéticos abundantes”.
De referir que a marca e selo “Feito em Angola” se enquadra no processo de nacionalização do produto angolano. Existem vários elementos que conferem origem ao produto, porém todos com particularidades e propósitos próprios, como é o caso do rótulo do país, códigos de barras ou ainda certificados de origem.
O rótulo do país de origem – Selo Feito em Angola, também conhecido como marca baseada no local, funciona como uma espécie de “bilhete de identidade/passaporte” da mercadoria e fornece aos consumidores as mais diversas informações como a qualidade do produto, local e nome do fabricante.
Já o certificado de origem, além do local, apresenta informações detalhadas sobre a origem das componentes que formam o todo e determinam onde foi feita a transformação substancial. Tem a forma de um “passaporte” com os respectivos “vistos” para poder obter benefícios, ou não, resultantes de acordos comerciais.
Por sua vez, a etiqueta do código de barras permite rastrear o produto ao longo da sua jornada de produção, da origem ao país de consumo final.