A partir do dia 15 de Junho, a importação de uma série de produtos começa a ser feita a granel, em Big Bags, passando os processos de empacotamento e embalamento a serem efectuados no país.
A medida que surge em cumprimento ao Decreto Executivo nº 63/21 de 17 de Março, abrange produtos como o açúcar, arroz, farinha de trigo e de milho, feijão, leite em pó, óleo alimentar, ração animal, sal grosso e sal refinado, sêmola de trigo (trigo semi-moído), carne de porco e de vaca, margarinas, sabão, entre outros.
De acordo com uma nota do Ministério da Indústria e Comércio que a FORBES teve acesso, o processo vai permitir gerar importantes ganhos para o país e a população, no geral, na medida em que “os produtos vão ser importados a preços mais baixos”. Além disso, acrescenta o documento, permitirá o surgimento de pequenas e médias indústrias de embalamento e logística, e consequentemente a geração de novos postos de trabalho.
Para o efeito, indica o comunicado, existem já linhas de apoio ao empreendedorismo, num claro incentivo ao surgimento de mais unidades de embalamentos no país, como são os casos do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) e o Projecto de Apoio ao Crédito (PAC), desenhados para o apoio à produção nacional.
Neste momento, segundo o Governo, Angola já dispõe de várias fábricas e unidades de embalamento e enchimento que, com a obrigatoriedade de importação de produtos a granel, surge a oportunidade de fomento desta indústria, com o upgrade das existentes e a criação de mais fábricas que vão criar mais emprego e valor acrescentado à economia nacional, e mais receita fiscal.
“Depois de assegurar as nossas necessidades, podemos até pensar em criar um hub de embalagem em Angola, dado que a maioria dos países africanos também depende, ainda, do exterior neste aspecto”, perspectiva na nota o Ministério da Indústria e Comércio.
Estudos internacionais realizados recentemente apontam que a indústria mundial de embalagens e fileiras associadas registou um volume de negócios na ordem dos 917 mil milhões de dólares, em 2019, e a perspectiva é de crescimento até 2024, para cerca de mil milhões de dólares.
A Covid-19, os novos hábitos de consumo, a preocupação com a sustentabilidade são, entre outros, indicados como factores que têm feito esta indústria ganhar terreno.