Cerca de 53% das pessoas em Angola são financeiramente excluídas, enquanto 40% são formalmente atendidas, maioritariamente por instituições bancárias, indicam dados do relatório do inquérito FinScope Consumer Angola 2022.
Os dados foram apresentados na passada semana, em Luanda, pelos representantes da FinMark Trust (FMT), Abel Motsomi e Dara Castello, durante a conferência sobre “Inclusão Financeira em Angola – Desafios e Oportunidades”, promovida pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
De acordo com Abel Motsomi, existem segmentos significativos que dependem de mecanismos informais de 20%, justificando esforços para aprofundar e aumentar a inclusão financeira.
No que tem que ver com a vertente de acesso, o relatório apresentado mostra que há maior incidência de inclusão financeira formal (bancária) entre adultos nas áreas urbanas e, no geral, a maioria de mulheres são financeiramente excluídas, enquanto as pessoas com níveis de escolaridade menores e os idosos têm maior probabilidade de serem financeiramente excluídos.
Quanto à principal vertente por meio de subsistência, os cidadãos que dependem da agricultura, do trabalho por conta própria e dos biscates têm maior probabilidade de serem financeiramente excluídos.
Angola tem os níveis mais alto de exclusão finceira na região da SADC
É possível ainda observar-se no relatório que, ao se fazer uma comparação com os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Angola tem a maior taxa de exclusão financeira com 53%, apesar de ter uma bancarização considerada “elevada”, de 36%.
“Os Inquéritos ao Consumidor FinScope foram concluídos em 37 países, incluindo Angola. Isso permite a comparação entre países por região e disseminação de observações fundamentais para auxiliar no crescimento contínuo e fortalecer o desenvolvimento dos mercados financeiros. Pesquisas estão actualmente em andamento em três países, dois na SADC e um na África Centro-Leste”, lê-se no relatório.
A Conferência promovida pelo BNA teve como foco apresentar as principais conclusões e recomendações do Inquérito Finscope Consumer Angola 2022, numa pesquisa sobre o Estado da Inclusão financeira em Angola, efectuada pela FinMark Trust.