O Banco de Fomento Angola (BFA) viu os seus lucros caírem 25,1% no ano passado para perto de 90 mil milhões de kwanzas, depois de em 2019 ter alcançado um resultado líquido na ordem dos 119 mil milhões de kwanzas, de acordo com uma nota em que a instituição apresenta o resumo dos resultados obtidos em 2020 a que a FORBES teve acesso.
O BFA atribui a redução nos lucros ao registo de 70 milhões de dólares em imparidades com activos de títulos e crédito, na sequência da revisão em baixa do rating da dívida soberana de Angola.
O banco viu o seu activo crescer 31% para 2,9 biliões de Kwanzas, reflectindo, segundo a nota, o crescimento da actividade. Por sua vez, o produto bancário também aumentou 30,7% para 274,2 mil milhões de Kwanzas e os recursos de clientes se fixaram acima dos 2,2 biliões de kwanzas, um crescimento de 38,8%.
No documento, a instituição garante que a 31 de Dezembro de 2020 continuava a apresentar rácios que demonstravam a solidez e gestão criteriosa. O ROE (Rentabilidade dos Fundos Próprios), por exemplo, terá se situado nos 18,1%, enquanto o Rácio de Solvabilidade Regulamentar foi de 56,4%, mais de cinco vezes acima do mínimo exigido pelo órgão regulador do mercado, o Banco Nacional de Angola, que é de 10%.
Por outro lado, o rácio de crédito malparado terá reduzido 0,4 p.p, situando-se no final de 2020 em 5,87%. Já o rácio de cobertura por imparidade aumentou para 234,1%. No que refere ao número de clientes, o BFA manteve a tendência ascendente, verificando um crescimento de 6,2% face 2019, para cima do 2 milhões de clientes.
“Os nossos bons resultados operacionais, com crescimentos superiores a 30% em diversas categorias, mostram que conseguimos fazê-lo com sucesso” destaca no documento, Luís Gonçalves, Presidente da Comissão Executiva da instituição, que antevê um 2021 “bastante desafiante”.
O BFA iniciou a sua actividade em Angola na década de 90, na altura como Banco de Fomento Exterior (BFE) detido pelo grupo português BPI. Entretanto, foi em 2002 que a instituição assumiu o estatuto de entidade autónoma de direito angolano. De lá para cá a instituição registou alterações significativas na sua estrutura accionista.