Depois de ter registado um resultado líquido negativo de 9,9 mil milhões de kwanzas, em 2019, a ENSA – Empresa Nacional de Seguros de Angola encerrou 2020 com lucro de 17,7 mil milhões de kwanzas, um crescimento na ordem dos 278%, comparativamente ao ano anterior.
A empresa viu também o seu volume de prémios brutos a ascender 33%, para 84,6 mil milhões de kwanzas, representando uma quota de 37% do mercado. Já os activos daquela que é mais antiga seguradora do país e considerada a líder do mercado, mantiveram-se próximo dos 200 mil milhões kwanzas, com a margem de solvência a superar os 200%.
Os dados foram apresentados nesta Segunda-feira, em Luanda, durante uma conferência de imprensa que serviu para a apresentação das contas anuais da empresa relativas a 2020. A empresa afirma que o “sólido crescimento” verificado no ano passado é fruto do início da implementação do seu plano estratégico e do aumento da sua actividade seguradora.
A ENSA foi eleita, em 2019, como uma das empresas públicas a privatizar, no âmbito do PROPRIV – um programa específico apoiado pelo Banco Mundial. Neste contexto, 2020 ficou marcado com o início da constituição do Fundo Imobiliário e do processo de privatização da seguradora, como definido em despacho presidencial n.º 81/20, de 5 de Junho.
De acordo com o presidente do conselho de administração da empresa, Carlos Duarte, o processo de privatização da seguradora poderá estar concluído até ao final deste ano. Para o efeito, adiantou, prevê-se o lançamento do concurso limitado por prévia qualificação, ainda neste segundo trimestre.
“Nas próximas semanas deverá ser exarado um despacho do Ministério das Finanças para o lançamento do concurso e definição da percentagem a ser alienada”, frisa.
Carlos Duarte garante que os trabalhos neste sentido estão “muito” avançados. “Temos assessores financeiros, jurídicos e o IGAPE. Há uma equipa vasta, muito competente a gerir o processo e penso que a nossa meta é privatizar a empresa até ao final do ano e tudo indica que está tudo a correr bem”, refere.
O processo de privatização da ENSA decorrerá em duas fases, sendo que a primeira compreende a identificação de um parceiro estratégico para a privatização da empresa e a segunda a venda das acções.
No evento foi explicado aos jornalistas que existe um trabalho que tem sido feito por vários intervenientes no processo, designadamente a própria ENSA, o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), um assessor financeiro independente e um legal, tendo o primeiro a competência de criar um modelo com o valor do activo da seguradora e o segundo garantir a legalidade de todo esse processo.
Presente em todo o território nacional – através de uma rede de 29 agências próprias, 39 parcerias, 61 mediadores e 56 correctores – a seguradora possui 578 colaboradores.