Luanda será palco da exposição da 35.ª Bienal de São Paulo, intitulada “Coreografias do Impossível”, que terá lugar no Instituto Guimarães Rosa, com entrada gratuita. A mostra reúne obras de nove artistas de várias partes do mundo, incluindo Angola, África do Sul, Brasil, França, Marrocos, Vietname, Zimbabué e Portugal, ocupando uma área de dois mil metros quadrados.
Entre os artistas participantes destacam-se os angolanos Januário Jano e o português Carlos Bunga. Jano apresentará uma série de vinte fotografias que exploram a identidade pós-colonial em Angola, enquanto Bunga realiza uma instalação ‘site-specific’, que desafia o público a interagir com o espaço de forma sensorial, questionando a efemeridade das estruturas sociais e arquitetônicas.
Segundo a Lusa, a exposição contará ainda com uma programação de filmes e a obra “Habitar el color”, uma instalação onde o público é convidado a caminhar descalço sobre uma superfície coberta de tinta. Além disso, a mostra “Batismo” exibirá uma coleção de fotografias em que o artista se despe de roupas brancas.
Maguy Etlin, vice-presidente da Fundação Bienal de São Paulo, destacou a importância histórica da realização deste evento na África pela primeira vez, especialmente num país com fortes laços culturais com o Brasil. Etlin destacou que, apesar das adversidades do passado colonial, houve sempre uma rede de trocas culturais que influenciou profundamente ambos os territórios.
Os curadores Grada Kilomba e Hélio Menezes explicam que o objetivo da exposição é explorar como os artistas encontram novas possibilidades de criação dentro de contextos desafiadores, muitas vezes marcados por heranças coloniais e violência. “Coreografias do Impossível” procura mostrar como essas situações, em vez de limitadas, inspiram a produção artística.
A exposição da Bienal de São Paulo em Luanda também tem como objectivo promover o intercâmbio entre artistas locais e internacionais, incentivando novas parcerias e trocas de experiências.