O engenheiro de telecomunicações, Crisóstomo Mbundu, considera que a ligação de Angola ao cabo submarino denominado 2Africa, vai representar um grande ganho para a economia digital do país, elevando a capacidade de troca de tráfego entre empresas e operadores.
Apesar disso, o especialista diz à FORBES ser importante estudar também a possibilidade de colocar o cabo submarino 2Africa não só em Luanda, mas também em outras províncias do país, assim como facilitar o acesso aos países fronteiriços, através de ligações terrestres.
O técnico, com larga experiência na área de informática e telecomunicações, afirma ainda que a inclusão de Angola como um ponto de ligação deste sistema submarino vai ajudar a fortalecer e melhorar os serviços de telecomunicações em Angola, associando-se com os sistemas submarinos que o país já usufrui.
Angola beneficia já dos serviços de vários sistemas do género, nomeadamente do Sistema de Cabos Submarinos do Sul do Atlântico (SACS) – que interliga África ao Brasil – e está em actividade desde 2018, Sistema de Cabos da África Ocidental ‘WACS’ – que liga os países da África Austral, África Ocidental e da Europa – e que se encontra em funcionamento desde 2012, assim como o SAT3, um cabo de fibra óptica que interliga África a Europa, operacional desde 2002.
De recordar que o ‘projecto 2Africa’ é um sistema internacional de cabos submarinos de telecomunicações, que se propõe interligar 23 países da costa do continente africano a Europa e ao Médio Oriente, em que se inclui Angola, e que está a ser financiado pelo do Facebook e um consórcio de empresas de telecomunicações, globais e africanas.
O sistema deverá estar operacional em 2024 e será construído pela Alcatel Submarine Networks, operador com experiência na construção de sistemas submarinos que participou na construção do WACS. Além de Angola, o 2Africa prevê expandir a conenctividade da Internete para as Seycheles, Ilhas Comores e Sudeste da Nigéria.