Os líderes africanos analisaram o progresso do continente na industrialização, diversificação económica, bem como a Área de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), num contexto de choques globais, vulnerabilidade da dívida, alterações climáticas e preocupações de segurança.
Durante a Cimeira Extraordinária da União Africana sobre Industrialização, Diversificação Económica que decorreu na semana passada, na cidade de Niamey, Niger, o Presidente do país anfitrião, Mohamed Bazoum, citado num comunicado enviado à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, afirmou que, não há muito tempo, a justaposição das palavras industrialização e África poderia ter parecido incongruente.
Mohamed Bazoum apelou aos países africanos para aplicarem permanentemente o Estado de direito para catalisar a emergência do sector privado africano, desencadear as energias dos empresários africanos, e simplificar o ambiente empresarial.
“A industrialização inclusiva, coerente e sequenciada que desejamos, não pode ser imposta e só pode ser alcançada através da criação de sinergias entre os sectores privado e público para capacitar as pequenas e médias empresas e criar empregos de qualidade”, entende Mohamed Bazoum.
No entanto, o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, considera que o caminho para o progresso da industrialização implica investimento em energia e em infra-estrutura. “O ritmo da industrialização em África é ainda demasiado lento para atingir os objectivos de desenvolvimento do continente, ao abrigo da Agenda 2063”, frisou Kagame.
Na visão do líder ruandês, os países africanos precisam investir uma parte maior dos seus orçamentos nacionais na política industrial e aumentar significativamente a energia e a capacidade das infra-estruturas.
Já o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, fez questão de realçar que o continente africano “é abençoado com uma grande população jovem que pode fazer face à escassez de mão-de-obra”. Por isso, acrescenta, “precisamos de explorar este abundante recurso humano”, fornecendo à juventude uma educação de qualidade que seja relevante para os seus objectivos e que satisfaça as exigências do mercado de trabalho.
A cimeira extraordinária da União Africana sobre Industrialização e Diversificação Económica contou com a presença de 20 Chefes de e Estado e de Governo, bem como os seus representantes.