A LAFITTE, loja física e virtual especializada na comercialização de bens diversos em segunda mão, lançou nesta quarta-feira, em Luanda, o seu primeiro estabelecimento, adoptando estrategicamente um modelo de negócio baseado na economia circular.
Numa altura em que se fala muito sobre sustentabilidade e os objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas até 2030, os jovens angolanos Elton Escrivão, Erick Afonso e Ézio da Rocha decidiram criar e lançar no país a loja especializada na venda de bens usados.
Num investimento de 20 milhões de kwanzas, o estabelecimento, que também presta serviços virtuais, localiza-se na rua Amílcar Cabral, no distrito urbano da Maianga, numa área de 160 metros quadrados, e surge com o slogan “onde o usado se faz novo”. A infra-estrutura assegura 22 postos de trabalho, dos quais sete directos e os restantes 15 indirectos.
Falando à FORBES, Elton Escrivão, um dos mentores do projecto, referiu que o objectivo principal é prolongar o tempo de vida útil dos bens, no sentido de reduzir a quantidade de resíduos que são descartados e, ao mesmo tempo, incentivar a produção e o consumo responsável e sustentável.
“A Lafitte tem como objectivo oferecer à sociedade uma alternativa prática, segura e sustentável para a comercialização de bens em segunda mão e cultivar, em todos os actores da vida social, a cultura de desfazerem-se do que já não precisam, motivando os consumidores a comprarem mais verde, reduzindo substancialmente a produção de resíduos e os seus impactos ambientais, mediante a reintrodução de objectos ou produtos usados nos circuitos de consumo”, disse.
A ideia de criar uma loja do género surgiu esse ano, com a pandemia da Covid-19, quando os seus fundadores notaram que o consumo excessivo de bens novos, associado à falta de mecanismos adequados para o tratamento e deposição de resíduos, que têm contribuído significativamente para a acumulação de bens que depois são inadequadamente descartados.
Numa primeira fase, garantiu Elton Escrivão, serão comercializados artigos como electrodomésticos, mobiliário para residências e escritórios, objectos electrónicos, máquinas de produção industrial e artesanal, materiais decorativos, jogos e outras formas de entretenimento, quadros, obras artísticas e livros.
Explicou que os bens comercializados são fornecidos na modalidade de consignação, por clientes singulares ou colectivos, que são pagos após à venda. O empreendedor assegura que a LAFITTE dispõe de uma equipa técnica e parceiros locais que permite avaliar e garantir a qualidade dos produtos, bem como a troca dos produtos ou devolução do dinheiro pago, caso o cliente não esteja satisfeito