Após ter passado por frustrações financeiras consecutivas e mal gerir a sua renda, que atendendo a média angolana era considerada alta, Neuza Pinto percebe que o seu problema é característico entre os angolanos e decide criar o projecto “Kitadi Detox Financeiro”, para ajudar famílias e empreendedores a melhor gerirem os seus rendimentos e negócios.
O projecto comporta um programa de educação financeira e de negócios voltado para pessoas individuais e pequenos e médios empresários, com uma duração de 90 dias, ao estilo treinamento e mentoria, onde os formandos conseguem, ainda durante o curso, praticar o absorvem na teoria.
“O Kitadi surgiu, inicialmente, da necessidade de organizar-me financeiramente, pois, apesar de trabalhar em finanças corporativas há mais de uma década em empresas como em uma das Big Four e grandes multinacionais, tinha uma péssima relação com o meu dinheiro. Logo a seguir percebi que este problema era transversal. O índice de infelicidade financeira era muito alto no seio das famílias angolanas”, conta Neuza.
À FORBES, a empreendedora formada em línguas e administração de empresas pela Universidade Católica de Angola, explica que o Kitadi tem como foco capacitar os angolanos e contribuir para a redução dos índices de pobreza, devolver a dignidade e a esperança de fazer de Angola um país melhor.
Desde o início do programa foram já formadas mais de 200, entre as quais empregadas domésticas. A meta, indica a também consultora de negócios que Luanda viu nascer há 36 anos e que acumula uma de mais de 15 anos na área financeira, é terminar 2021 com 1.000 pessoas formadas.
A ideia da mentora do projecto é, a médio prazo, estender o seu projecto de educação financeira às 18 províncias do país, entrar no mercado dos PALOP e, em cinco anos, formar mais 5 mil pessoas.