A empresa que resulta da joint-venture entre a petrolífera italiana Eni e a britânica British Petroleum (bp), que surge para impulsionar as operações de petróleo e gás em Angola, terá uma capacidade de reservas líquidas acima dos 2.320 milhões de barris de petróleo equivalente.
De acordo com dados a que a FORBES teve acesso, neste negócio, sem precedentes em África, dos direitos líquidos remanescentes sobre as reservas, 23% correspondem a reservas de gás.
Como já noticiado nesta Quarta-feira, num comunicado, as duas empresas anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento não vinculativo, “para avançar com discussões detalhadas que visam a combinação dos seus portefólios ‘upstream’ em Angola, incluindo os interesses, tanto de petróleo e gás, como de GNL – Gás Natural Liquefeito no país”.
O documento publicado no site da Eni realçam que esta joint-venture vai trazer oportunidades significativas para a capacidade conjunta de ambas as empresas para impulsionar futuros desenvolvimentos e operações em Angola.
Ainda de acordo com informação a que a FORBES teve acesso, a soma das reservas provadas mais as reservas prováveis da nova entidade será de 1.195 milhões de barris de petróleo equivalente. Já no que se refere ao indicador dos recursos contingentes remanescentes, o valor ascende a 1.125 milhões de barris. A previsão de produção líquida no corrente ano deverá atingir os 274 kboe/d. As duas multinacionais fazem um cálculo da viabilidade financeira da nova empresa, medido através do valor presente líquido (depois de impostos mais as sinergias fiscais) e contabilizam um valor de 6.795 milhões de dólares.
No comunicado divulgado à imprensa as multinacionais explicam que o objectivo desta joint-venture é gerar “sinergias significativas”, criar uma operação mais eficiente e aumentar os investimentos e o crescimento na bacia para desenvolver o potencial do setor de ‘upstream’.
Ainda no mesmo documento pode ler-se que a nova entidade deverá ser autofinanciada e apoiada pela Eni e pela bp, que “irão acordar um plano de negócios que lhes permita captar futuras oportunidades de exploração”, assim como o desenvolvimento e possível crescimento do portefólio, tanto em Angola como a nível regional.
A ENI e a bp referem que este entendimento já foi comunicado ao Governo angolano, sendo que a transação final está sujeita a aprovações governamentais, regulamentares e de parceiros relevantes.
A Eni está presente em Angola como operadora de cinco blocos, nomeadamente, 15/06, blocos de exploração Cabinda Norte, Cabinda Centro, 1/14 e brevemente o 28, e é também operadora do Novo Consórcio de Gás (NGC). Tem também participação em blocos não operados como o 0 (Cabinda), 3/05, 3 / 05A, 14, 14 K / A-IMI, 15 e na fábrica de liquefação da Angola LNG.
Por sua vez a bp é operadora dos blocos 18 e 31, e tem participações nos blocos 15, 17, 20. Brevemente estará também no bloco 29 e nas iniciativas NGC e Angola LNG.