O recém-investido Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, promete respeitar a Constituição e as leis e ser o “presidente de todos os angolanos”, governando em prol do desenvolvimento económico e social do país e do bem-estar de todos.
A promessa foi feita no seu primeiro discurso à nação, momentos de pois de ter sido empossado para um novo mandato de cinco anos como Chefe de Estado angolano, em cerimónia que decorreu na praça da República, em Luanda.
“Continuaremos a trabalhar em políticas e boas práticas para incentivar e promover o sector privado da economia, para aumentar a oferta de bens e serviços de produção nacional, aumentar as exportações e criar, cada vez mais, postos de trabalho para os angolanos, mas sobretudo, para os mais jovens”, garantiu João Lourenço.
Para o economista Augusto Fernandes, “é como se o presidente angolano estivesse a dizer as pessoas que expressaram o seu sentimento nas urnas, que ouviu a voz do povo e vai governar dentro daquilo que são os seus desejos”.
O especialista, que entende que existem desafios pela frente, acredita que João Lourenço pretende dar maior dignidade ao povo angolano, fundamentalmente no que tem que ver com a fome, a habitação e está preocupado com os vectores que garantem a qualidade de vida e o bem-estar da população e, consequentemente a dignidade dos angolanos.
Eleito para um segundo mandato em sufrágio realizado a 24 de Agosto último, o estadista promete ainda prestar uma atenção especial às forças de defesa e segurança. “A formação contínua dos efectivos assim como a melhoria das condições de aquartelamento das tropas e dos seus salários, é algo a que nos dedicaremos logo nos primeiros dias da entrada em funcionamento do Executivo”, afirmou.
Investimentos continuarão a ser feitos no ser humano, como principal agente do desenvolvimento, na sua educação e formação, nos cuidados de saúde, na habitação condigna, no acesso à água potável e energia eléctrica, bem como no saneamento básico, acrescentou o Chefe de Estado.
O Jurista Albano Pedro entende que o também Presidente do Movimento Popular para Libertação de Angola (MPLA) apresentou um discurso que revela uma correcção de estratégia de governação, mas que não pode ficar apenas pelas promessas, uma vez que “há desafios muito concretos” que precisam ser vencidos.
Reforma económica e privatização da economia, reforma do Estado – “que implica alteração na Constituição da República”, bem como desconcentrar os poderes do Presidente e emagrecer o aparelho do Estado, estimular o sector da sociedade civil e garantir o apoio técnico para a produção nacional, com a implementação de laboratórios, são as principais tarefas que o também docente universitário acredita que João Lourenço terá de resolver.
Albano Pedro, que considera estes aspectos “cruciais” que, “se não forem resolvidos não vamos ver esse discurso, que é sempre bonito, a sair do papel”. E depois, adiciona, no final vão produzir os mesmos resultados, “porque não estaremos a resolver o essencial”.
A cerimónia de investidura de João Lourenço e da sua principal auxiliar, a Vice-Presidente da República, Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa, foi testemunhada por mais de 15 mil pessoas, dentre entidades nacionais e internacionais.
Ao acto estiveram presentes 40 delegações estrangeiras e cerca de 20 Chefes de Estados e de Governo, com destaque para líderes lusófonos como o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, de Cabo Verde, José Maria das Neves, de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, da Guiné-Bissau, Umaro, Sissoco Embaló, e da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.