O Presidente angolano, João Gonçalves Lourenço, defendeu reformas profundas na governação global e nas instituições internacionais , que considerou “impotentes” e “sem soluções” para responder aos desafios actuais.
João Lourenço, também Presidente em Exercício da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), discursou na Quarta-feira, 20, na abertura da primeira reunião da troika de Chefes de Estado e de Governo dos 76 países que integram este grupo.
Dirigindo-se aos seus homólogos, destacou a importância da acção colectiva, e considerou “fundamental” o espírito de unidade, para que os países que integram a organização se tornem mais fortes e consigam responder aos complexos desafios que enfrentam.
O chefe de Estado apontou o momento “particularmente difícil” que o mundo atravessa com o proliferar de guerras, terrorismo, golpes de Estado, alterações climáticas e pandemias que trazem consigo crises humanitárias, alimentares e energética, sublinhando que estes países são as primeiras e principais vítimas.
“O mais grave é o facto de constatarmos que as instituições internacionais criadas para lidar com este tipo de situações e dar-lhes solução em tempo útil demonstraram estar impotentes e sem soluções à altura dos desafios actuais”, criticou o Presidente angolano.
João Lourenço afirmou que são necessárias reformas profundas da governação global e do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para melhor lidar com as questões da paz e segurança, bem como de instituições financeiras como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio, “numa altura em que não vislumbramos um horizonte risonho para tirar os nossos países do prolongado estágio de subdesenvolvimento em que se encontram”.