O Presidente angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço, espera puder contar com França para a transição energética e fontes amigas do ambiente, “uma aposta feita há já algum tempo”, segundo diz.
“Contamos também com o know how e o investimento das empresas privadas francesas”, afirmou o líder angolano à imprensa, momentos depois de um encontro em privado, no Palácio da Cidade Alta, com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que cumpriu nesta Sexta-feira uma curta visita a Angola.
João Lourenço afirmou, na ocasião, que a visita do Presidente francês serviu para estreitar os laços de amizade e cooperação entre os dois países, tendo destacado as parcerias que França tem com Angola nos domínios da educação e ensino superior, indicando que pretendem dar continuidade ao mais recente projecto da escola 42, uma inspiração francesa.
Os dois chefes de Estado testemunharam, em Luanda, a assinatura de quatro instrumentos jurídicos, com realce para os acordos de financiamento, rubricado pelo ministro das Relações Exteriores Téte António e o director-geral da Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD), Remy Rioux, o de facilitação de crédito entre Angola e AFD, este por sua vez assinado pela ministra das Finanças de Angola, Vera Daves, e Remy Rioux.
Um outro acordo foi rubricado pelo ministro angolano das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, e pelo presidente da Airbus Defence and Space, que tem a ver com o contrato para a construção, fabrico e fornecimento de um sistema do primeiro satélite de observação da terra [ANGEO 1], bem como uma adenda para este respectivo contrato
Por sua vez, Emmanuel Macron, falou da cooperação bilateral que tem com Angola em vários domínios, incluindo educação e investigação, avançando que, nos próximos dias, serão assinados outros acordos nas áreas de meteorologia, reforço da defesa, formação e segurança marítima.
“Em matéria de infraestruturas, França continua presente em Angola, bem como na educação, cujo projeto mais recente é a Escola 42”, assegurou.
Macron garante que o objectivo é construir parcerias equilibradas e trabalhar com o sector privado, desenvolvendo “uma estratégia Made in Africa”, que deve tornar-se um marco de referência. De acordo com o estadista francês, as reformas do governo angolano permitiram melhorar o ambiente de negócios, bem como a gestão das finanças públicas, governança do sector e operacionalização das parcerias público-privadas.
O Presidente de França saudou, por outro lado, o papel que tem vindo a ser desempenhado por João Lourenço na procura de um cessar-fogo entre as forças armadas congolesas e os rebeldes do M23, bem como as negociações em curso para o alcançar a paz e pôr fim ao conflito na vizinha República Democrática do Congo.
*Luzia dos Santos