O jornalista e escritor angolano, Israel Campos, com a obra “Baloiço de Memória”, é o vencedor da 2ª edição do Prémio de Literatura Imprensa Nacional-Casa da Moeda/Angola, que visa distinguir trabalhos inéditos no domínio da prosa da autoria de cidadãos angolanos ou a residir em Angola há pelo menos 5 anos, incentivando assim a criação literária neste país.
De acordo com o júri do Prémio, composto por Aníbal João Ribeiro (presidente), Ondjaki e Jorge Reis-Sá, “trata-se de uma obra que se destacou por abordar a memória nas suas mais diversas facetas, ressaltando questões como a identidade e os conflitos internos tão próprios do homem”.
No fundo, segundo uma nota, o autor através de uma escrita original, faz uma reflexão pessoal, explora as dinâmicas familiares, sociais e históricas, dentro de um contexto individual e coletivo.
O júri destaca ainda a forma como o autor trata de temas como a guerrilha, a perda, as memórias desencontradas, e na base disso, sugere uma crítica social e histórica, mostrando-nos a fragilidade e a resiliência humanas face aos desafios da vida. Através de metáforas e uma escrita intimista, Baloiço de Memória apresenta-se, assim, como uma obra literária com interesse e potencial para cativar e captar leitores em diferentes contextos.
O texto premiado “destaca-se, assim, na criação literária angolana. Reafirma, igualmente, a importância da literatura como um meio poderoso para explorar e expressar as emoções humanas mais profundas. Ou seja, convida-nos a refletir sobre a vida, a memória e a felicidade e, mais importante ainda, a reconhecer a riqueza das experiências que nos tornam humanos”.
Israel Campos, que concorreu com o pseudónimo Ngangula, verá a sua obra publicada sob a chancela da Imprensa Nacional e receberá uma componente pecuniária de 5 mil euros a título de prémio.
Além do vencedor, o júri, reconhecendo a qualidade das candidaturas submetidas, distinguiu ainda por unanimidade com uma menção honrosa o livro A Felicidade é como uma Barata na Cozinha, do angolano Fábio Kintosh. Nesta obra, o autor através de narrativas que misturam humor, crítica social e observações quotidianas, foca-se em personagens que refletem questões familiares e culturais.
O júri salienta ainda que “o uso de um vocabulário quotidiano e coloquial, como a referência a Luzolana, demonstra um desejo de conectar os leitores à realidade local e à linguagem popular”.
Israel Campos nasceu a 5 de Março de 2000 em Luanda, Angola. Licenciado em Jornalismo pela City University of London, é mestre em Comunicação Estratégica e Liderança pela Universidade Católica Portuguesa.