O investimento do Brasil em Angola – principal destino do capital brasileiro em África, terá crescido, entre 2020 e 2021, cerca de 67% para 1,24 mil milhões de dólares, “recuperando o patamar atingido em 2012”, segundo dados avançados esta semana pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Os investimentos estão sobretudo direccionados para infra-estruturas, sendo a Odebrecht a empresa dominante, participando em sete projectos, nomeadamente no Novo Aeroporto de Luanda, Aproveitamentos Hidroeléctricos de Laúca e Cambambe, Porto da Barra do Dande, Refinaria de Petróleo de Cabinda e na Fábrica da Biocom na província de Malanje.
Quanto aos projectos “greenfield” anunciados (investimentos de raiz), a Apex destaca o investimento na nova sede regional da Transdata (‘software’) numa nova sede regional, com valor estimado de 27 milhões de dólares em 2023, e o escritório de turismo da Globalis, a rondar os 2 milhões de dólares em 2015.
Em termos de investimentos de Angola no Brasil, após um pico em 2013 de 1,5 mil milhões de dólares, o capital angolano investido no Brasil fixou-se em 2021 nos 65 milhões de dólares, equivalente a uma contracção de 95% em relação ao início da década.
“Alguns factores económicos podem ter contribuído para essa redução, com realce para a crise económica em Angola – por conta da queda nos preços do petróleo, a partir de 2014, principal produto de exportação do país – e a recessão económica no Brasil entre 2015 e 2016”, justifica a Apex, citada pela Lusa.
Entre os projectos “greenfield” sinalizados, destacam-se o projecto da Angola Cables, do sector de telecomunicações, na construção de um data center em Fortaleza, estimado em 134 milhões de dólares em 2019 e, posteriormente, o anúncio da sua expansão no valor estimado de 40 milhões de dólares.
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para a cimeira dos BRIC na África do Sul, visita Angola entre Sexta-feira, 25, e Sábado, 26, antes de seguir para São Tomé e Príncipe para participar na conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).