Angola precisa adoptar medidas que coloquem o país na rota do desenvolvimento e de criação de riqueza sustentável para todos os cidadãos, bem como deve aproveitar a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), que tem um potencial de 1.200 milhões de consumidores, defendeu esta semana, em Luanda, o PCA da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo , António Henriques da Silva
O também PCA da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), que falava durante a abertura do seminário sobre “Caminhos para Internacionalização das Empresas Angolanas”, destacou também que o facto de Angola passar a integrar, desde 01 de Janeiro de 2021, a ZCLCA, deve ser cada vez mais competitiva e transparente, de modo a beneficiar deste “grande” mercado.
O secretário de Estado da Industria, Ivan Magalhães do Prado, que também fez parte do evento, defende que, apesar das oportunidades, não se pode descorar a existência de desafios que exigem das empresas nacionais maior capacidade em termos competitivos.
O governante refere que “compete-nos a todos traçar estratégias para melhor aproveitar os seus benefícios, alinhadas com a política de fomento as exportações e garantir o acesso aos mercado ZCLCA, que representa cerca de 2 milhões de consumidores”. Por outro lado, garantiu que o conjunto de reformas sectoriais em curso no país, centrada na melhoria do ambiente de negócios, conta com o sector privado como motor do crescimento económico.
Melhorar os serviços, aumentar a produção nacional de bens comercializáveis, seguindo os padrões de qualidade internacional, preços competitivos, gestão e promoção dos produtos nos mercados internacionais, transparência e compromisso, foram apontados durante o seminário, como pontos fulcrais para o caminho a internacionalização das empresas angolanas.
Até 2020, a Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA) estimava que a remoção de barreiras pautais entre os países africanos, por intermédio da ZCLCA, resultaria num aumento do comércio intra-africano de 15% a 25%, na sua maioria atribuível aos bens industriais.
A comissão calculou também que, até 2040, a percentagem de comércio intracontinental será superior a 50% do total das suas exportações, perspetivando que este aumento contribua para o desenvolvimento de cadeias de valor regionais, mais empregos industriais e rendimentos elevados no terreno, assim como proveitos comerciais que poderão colocar os países africanos em melhor posição de participar eficazmente a alto nível nas cadeias de valor globais.
O seminário, realizado no formato híbrido, nas instalações de uma empresa sedeada na ZEE, foi organizado pela administração da Zona Económica Especial Luanda-Bengo e a Câmara de Comércio e Indústria de Angola, em parceria com a (AIPEX).