A inflação na Guiné-Bissau aumentou para mais do dobro em 2022, devido a ruturas nas cadeias de abastecimento, subida do preço das mercadorias causada pela guerra na Ucrânia e escassez de combustível, de acordo com um relatório do Banco Mundial.
O documento, com a atualização dos dados económicos do país apresentado hã dias em Bissau, refere que a inflação aumentou de 3,3% em 2021 para 7,6% em 2022. Entretanto, o Banco Mundial estima que a inflação diminua para 5% em 2023 à “medida que as ruturas de abastecimento diminuem e os preços dos combustíveis e da energia se estabilizem”.
No relatório, a instituição adverte, contudo, que o aumento dos preços possa influenciar o bem-estar das famílias e o ritmo de redução da pobreza. “Em geral, a análise indica que a inflação tem reduzido o consumo per capita em todos os rácios de distribuição de rendimentos, podendo as famílias mais pobres aumentar a sua vulnerabilidade à situação de maior pobreza”, lê-se no documento citado pela Lusa.
Os dados do relatório indicam, por outro lado, que a pobreza em 2021 afetava 19,9% da população e que em 2022 esse valor desceu para 19,2%, ou seja, houve um declínio de 0,7 pontos percentuais.
O Banco Mundial considera que o controlo dos preços dos alimentos básicos e o aumento das remessas possam atenuar ligeiramente os efeitos da guerra na Ucrânia, prevendo que a taxa de pobreza caia para 18,4% em 2023 e 17% em 2024.