A inflação em Angola continua a registar níveis de redução e poderá fechar o ano de 2022 com uma desaceleração de 16,8%, podendo atingir os 16,2% até final de 2023, segundo apontam as perspectivas de médio e longo prazo da evolução da economia angolana em vários indicadores, apresentado, em Luanda, pelo Standard Bank.
O economista chefe do Standard Bank para Angola e Moçambique, Fáusio Mussá, que apresentou os dados, esta semana, durante o terceiro briefing económico 2022, explicou que isso pode permitir o banco central angolano baixar as taxas de juros, mas não no ritmo que se observa nos níveis dos bilhetes de tesouro.
“Mas últimas semanas, a moeda tem uma tendência de depreciação, mas ainda assim se nós compararmos o câmbio de hoje com o câmbio de há um ano, o kwanza se mantém em cerca de 11% mais forte. Este é um elemento importante que tem ajudado a reduzir a inflação”, afirmou Mussá.
Do ponto de vista cambial, observou, a expectativa é de que haja uma depreciação que reflecte uma correção saudável que o cambio tem que ter, numa economia em que a produção local ainda é bastante reduzida.
O economista chefe do Standard Bank detalhou que Angola iniciou “com sucesso” um processo de privatizações e um conjunto de reformas para facilitar o investimento directo estrangeiro.
Aos reguladores e parceiros do Standard Bank, Fáusio Mussá referiu que num contexto em que o acesso à liquidez do ponto de vista mundial se mantém “bastante limitado”, por causa da política monetária que os bancos centrais estão a implementar, Angola beneficia de acesso a fundos de longo prazo do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento, que reflectem, “no desenvolvimento positivo”, do pondo de vista de reformas que a economia foi implementando ao longo dos últimos cinco anos.