A consultora Oxford Economics reviu em alta as previsões de aumento dos preços em Angola, antecipando uma subida de até 24% ainda neste semestre, descendo para uma média de 21,8% no total do ano.
O ajuste, segundo a consultora, reflecte o contínuo efeito do enfraquecimento da taxa de câmbio nos bens de consumo importados. Num comentário à divulgação da inflação de Janeiro, a Oxford Economics refere que se espera que a taxa de inflação atinja um pico de mais de 24% até ao final do primeiro semestre, comparativamente ao período homólogo de 2023.
O aumento é justificado pelo impacto da depreciação do kwanza desde Maio de 2023, com a moeda nacional a transacionar a um valor de cerca de 833 kwanzas por dólar, o que tem levado a um ressurgimento da inflação dos bens alimentares.
Entretanto, os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística angolano indicam que a inflação no país acelerou para 21,99% em Janeiro, o valor mais elevado em 18 meses. Esta cifra representa um acréscimo de 9,44 pontos percentuais face ao mês homólogo.
De acordo com a Folha de Informação Rápida (FIR), o Índice de Preços no Consumidor Nacional registou uma variação de 2,49% entre Dezembro de 2023 e Janeiro de 2024, a maior da série disponibilizada, que abrange 36 meses desde Janeiro de 2021. A inflação mensal cresce há 15 meses consecutivos, à semelhança da inflação homóloga, que continua a aumentar desde Abril de 2023.
Segundo a Lusa, os analistas da Oxford Economics alertam ainda que a redução dos subsídios aos preços dos combustíveis começou a colocar pressão na inflação dos transportes, contribuindo para que esta se encontre ao nível mais elevado desde Julho de 2022.
Prevê-se que o Banco Nacional de Angola mantenha a taxa de câmbio oficial nos 830 a 845 kwanzas por dólar até ao final deste ano. No entanto, a média da inflação deverá aumentar de 13,6% em 2023 para 21,8% este ano, segundo o departamento africano da consultora britânica.