A independência tecnológica pode ser promovida através da produção local de hardware e software, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros e fortalecendo a autonomia tecnológica de Angola, considerou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA o co-fundador e director-geral da start-up WiConnect, Paulo Araújo.
“Investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) têm o potencial de criar soluções tecnológicas adaptadas às necessidades nacionais, promovendo a inovação local”, disse Paulo Araújo, durante o primeiro dia da 4ª edição do Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (ANGOTIC-2024), que encerrou, há dias, em Luanda.
O surgimento de novas start-ups em Angola, disse, tem desempenhado um papel fundamental na facilitação da vida da população.
“As start-ups estão a criar empregos, formalizando sectores informais e promovendo a transformação digital. Este movimento não só gera novas oportunidades de trabalho, mas também contribui para a inclusão digital, permitindo que mais pessoas acedam a serviços e tecnologias que antes não estavam disponíveis. A digitalização, impulsionada pelas startu-ps, está a modernizar a economia e a facilitar o acesso a serviços essenciais, melhorando assim a qualidade de vida da população angolana”, reforçou.
Paulo araújo ressaltou que as políticas do Governo no sector das tecnologias e start-ups têm o potencial de desempenhar um papel crucial no progresso económico e na salvaguarda da soberania nacional.
“A segurança cibernética é uma prioridade potencial. O desenvolvimento de tecnologias nacionais para proteger infraestruturas críticas contra ciberataques é crucial para a segurança do país. A formação de profissionais especializados em segurança cibernética ajudaria a mitigar riscos e ameaças, garantindo a integridade dos sistemas nacionais”, acrescentou.
Apontou ainda que uma das políticas e esforços mais importantes que o governo de Angola está a liderar é o desenvolvimento e futura aprovação da Lei das Start-ups.
Este documento, segundo considera, servirá como base para toda a construção do futuro do sector, marcando mais uma vez o compromisso do governo e do país com o desenvolvimento das áreas de tecnologia.
“A implementação desta lei permitirá criar um ambiente favorável para a inovação, atrair investimentos e proporcionar um suporte robusto às start-ups, garantindo assim o crescimento sustentado do ecossistema tecnológico em Angola”, realçou.
Exportação da tecnologia angolana e estabilidade económica
Neste sentido, Paulo Araújo ressaltou que, no âmbito do progresso económico, a exportação de tecnologia desenvolvida por empresas angolanas tem o potencial de se tornar uma fonte significativa de moeda estrangeira, contribuindo para a estabilidade económica do país.
Considera igualmente que a promoção internacional de produtos e serviços tecnológicos angolanos pode fortalecer a marca nacional e aumentar a competitividade global de Angola.
“A criação de empregos qualificados é outro ponto de destaque, com start-ups e empresas tecnológicas com o potencial de gerar novas oportunidades de emprego, ajudando a reduzir o desemprego e a melhorar as condições de vida da população”, frisou.
Adicionalmente, prosseguiu, a atracção e retenção de talentos podem ser promovidas através de ambientes inovadores e competitivos, transformando Angola num polo atrativo para profissionais qualificados.