Em obediência ao despacho conjunto nº26-29/21, de 7 de Julho, dos Ministérios das Finanças e da Indústria e Comércio, O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) deu início nesta Quinta-feira, 15, ao concurso público para a concessão de direito de exploração e gestão da rede de hipermercados Kero, até então detida pelo grupo Zahara Comércio, SA.
O concurso, do qual poderão participar investidores nacionais e internacionais devidamente qualificados, tem como objectivo conceder o direito de exploração e gestão da referida rede a uma empresa privada, que, caso ‘passe no teste’, terá um contrato de gestão de 10 anos, sem opção de compra.
A rede de hipermercados Kero inclui 12 lojas, com seis mil metros quadrados de área de venda, em média, das quais oito estão localizadas na província de Luanda e quatro nas restantes províncias, nomeadamente Benguela (duas lojas), Huíla e Huambo, o que irá garantir uma oferta variada.
Para o efeito, os interessados devem remeter suas propostas até às 18 horas do dia 3 de Setembro deste ano, seguindo os requisitos previstos no Programa de Procedimentos e encargos que se encontram disponíveis, no website [www.igape.co.ao], do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), organismo tutelado pelo Ministério das Finanças.
O concurso público surge dias depois de o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado ter reunido com vários empresários e investidores, para recolher contributos do ‘desafio’ que agora se inicia.
Para já, e como avançou há dias a FORBES, as dívidas aos fornecedores nacionais e internacionais contraídas pelo Grupo Zahara, então dona da rede de hipermercados Kero, não serão assumidas por empresas que ganhem o concurso público de gestão e exploração do negócio, pelo que o passivo recairá ao seu proprietário.
Não se sabe ao certo o montante em dívida, nem os nomes dos fornecedores aos quais o Grupo Zahara deverá reembolsar. Entretanto, o chairman do Grupo Zahara, Domingos Francisco, considera haver ainda um passivo junto da banca comercial, esta última já em fase de reestruturação.
Há ainda garantia de que os 1.700 funcionários deverão manter os seus postos de trabalho, ou seja, de acordo com as peças do contrato público, a empresa que vir a vencer o concurso público deverá levar com ela os trabalhadores que actualmente ainda trabalham nas lojas.