O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) de Angola está a avaliar o estado dos 39 hotéis da rede UI, IKA e BINA para estabelecer o valor base de licitação e de referência, no âmbito do concurso público que será realizado este mês via Leilão electrónico para privatizá-los.
A informação foi avançada esta Quinta-feira, 08, em Luanda, pelo chefe de Departamento de Privatizações e Restruturação de empresas do IGAPE, João Sionguele, no final de um encontro de auscultação com alguns empresários que actuam no sector hoteleiro.
João Sionguele fez saber que dentro das referidas unidades hoteleiras verificaram que algumas encontram-se operacionais. “Na rede UI, por exemplo, verificamos que cerca de 13 unidades estão operacionais, enquanto 15 estão paralisados. Quando falamos de paralisados, simplesmente encontram-se com as portas fechadas, mas com todo equipamento instalado”, explicou.
Em relação ao IKA, prosseguiu, há uma unidade a funcionar aqui em Luanda, enquanto as demais estão igualmente paralisadas e inacabadas. Questionado sobre as previsões de arrecadação, o responsável garantiu que serão conhecidas durante o lançamento do concurso público.
na ocasião, o presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), Ramiro Barreira, referiu que, depois do processo de alienação, será necessário a complementaridade a nível dos serviços para rentabilizar os hotéis, “para que sirvam os interesses do turismo angolano”.
Já o presidente do conselho de administração da Casa Nova, Amin Herji, defende que o IGAPE precisa estabelecer melhor os critérios de participação do concurso para permitir com que as pequenas e médias empresas tenham capacidade e possibilidade de concorrer também. “Se isto não for feito, vai trazer novamente monopólios”, advertiu.
Recorde-se que a abertura do concurso público para a privatização de 39 hotéis, que pertenciam ao empresário Carlos São Vicente, foi autorizado em Janeiro do ano em curso pelo Presidente angolano, João Lourenço. Os activos foram inscritos num aditamento ao programa de privatizações 2023-2026,
O ex-dono da empresa AAA foi considerado culpado de crimes de peculato, branqueamento de capital e fraude fiscal, através de um suposto desvio de 900 milhões de dólares da Sonangol.