A Guiné Equatorial e o Gabão começaram há dias a disputar no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), a quem pedem que resolva um litígio antigo, a soberania de três pequenas ilhas em águas potencialmente ricas em petróleo.
Os dois vizinhos da África Ocidental disputam desde o início dos anos 70 a soberania de Mbanié, uma ilha com cerca de trinta hectares (0,3 km2), e de duas pequenas ilhotas baixas, Cocotier e Conga, situadas a cerca de dez quilómetros da costa.
O Gabão e a Guiné Equatorial, estado-membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), concordaram em 2016 submeter ao TIJ em Haia (Países Baixos) a questão, que está a envenenar as relações bilaterais, confiando que os juízes do tribunal possam encontrar uma solução amigável.
O diferendo remonta a 1900, quando a França e a Espanha, então potências coloniais, assinaram em Paris um tratado que fixava as fronteiras entre os dois países.
O Gabão, segundo a Lusa, defende que um tratado posterior assinado em 1974, a Convenção de Bata, lhe confere soberania sobre as ilhas. Mas a Guiné Equatorial contesta a validade deste documento.
O vice-ministro para as Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial, Domingo Mba Esono, disse hoje perante o tribunal que os funcionários gaboneses brandiram subitamente o tratado numa reunião entre os dois países em 2003, apanhando a delegação da Guiné Equatorial “completamente de surpresa”.