Pouco mais de 100 mil toneladas de arroz são importadas, anualmente, pela Guiné-Bissau, segundo avançou esta semana o diretor-geral da Agricultura daquele país, Júlio Indjai, sem, no entanto, revelar o montante que tem sido gasto com a compra do cereal.
Limitando-se a dizer que “o país gasta muito dinheiro todos os anos” com a importação de arroz, o responsável referiu que, actualmente, a Guiné-Bissau não produz arroz suficiente para o que é consumido a nível nacional.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) indicam que o arroz representa cerca de 62% da produção de cereais e mais ou menos 80% do consumo dos guineenses. Entretanto, a produção nacional está longe de satisfazer as necessidades do consumo e da procura real da população, que é de cerca de 200.886 toneladas por ano, com uma produção que não passa das 112 mil toneladas.
Dos 306 mil hectares da área de produção do arroz de que dispõe o país, refere a instituição da ONU, apenas 67 mil são atualmente explorados.
O diretor-geral da Agricultura daquele país lusófono indicou que como estratégia para aumentar a produção do cereal, que é a base da dieta alimentar dos guineenses, o país aposta no cultivo do arroz também na época da seca.
Segundo a meteorologia guineense, a fraca chuva, “motivada pelas alterações climáticas”, será notada sobretudo no mês de Setembro, prevendo-se que seja a mais acentuada diminuição dos últimos 30 anos.
Comentando à Lusa as indicações dos serviços da meteorologia da Guiné-Bissau, que apontam para a diminuição das chuvas no país este ano, o que poderá afetar a produção agrícola, nomeadamente do arroz, Júlio Indjai, socorreu-se das estatísticas da última campanha agrícola, em que, diz, “só nas regiões de Bafatá e Gabú, no Leste do país, os camponeses produziram 468 hectares de arroz durante o período da seca.
Para contrariar a situação, explicou o diretor-geral da Agricultura, o Governo distribuiu sementes de várias culturas aos camponeses e incentivou-os a aumentarem a produção de cereais, sobretudo, o arroz durante o período seco, que vai de Novembro a Junho.
Indjai diz acreditar que, com o incentivo à produção nessa época do ano noutras zonas do país, nomeadamente no Norte e no Sul, e com o aumento dos actuais 97 para 300 tratores agrícolas a serem adquiridos pelo Governo, “rapidamente o país poderá aumentar a sua produção” de alimentos.