A Guiné-Bissau deu início ano letivo com harmonização do sistema de ensino, com a distribuição gratuita de manuais escolares para o 1.º ciclo em cinco regiões piloto, segundo o Governo guineense e os parceiros envolvidos no projeto.
Os primeiros manuais são entregues aos alunos do 1.º ao 4.º ano de escolaridade, e os professores também recebem os guias pedagógicos correspondentes aos materiais lecionados. De acordo com o ministro da Educação Nacional, Herry Mané, esta medida permitirá uniformizar o ensino, garantindo que “seja dada a mesma matéria em todas as escolas”.
De acordo com a Lusa, o projecto, que se inicia nas regiões de Bissau, Cacheu, Bafatá, Quinara e Oio, prevê expandir-se ao resto do país, abrangendo os alunos do 5.º e 6.º anos. Coordenado pelo Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação (INDE), o projeto conta com o apoio financeiro do UNICEF e do Banco Mundial, através da iniciativa “Educação de Qualidade para Todos”, bem como com a parceria da Fundação Calouste Gulbenkian e a assistência técnica da Universidade do Minho, em Portugal.
Segundo Herry Mané, os manuais serão reutilizados por diferentes turmas ao longo dos anos, promovendo uma maior acessibilidade e uniformidade curricular em todas as escolas da Guiné-Bissau.
A Fundação Calouste Gulbenkian, parceira do projeto, sublinha que a reforma curricular, iniciada em 2016, abrangeu a criação de novos programas, manuais e cadernos de atividades, bem como guias para os professores do 1.º ciclo. Foram produzidos 34 manuais e 200 áudio-aulas para apoiar o ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, com os materiais disponíveis numa aplicação digital que funciona offline, acessível através de tablets entregues aos docentes.
Entre 2022 e 2024, cerca de 60 formadores avançados e três mil professores do 1.º ciclo das cinco regiões piloto receberam formação específica, com o objetivo de, ainda este ano letivo, alargar o programa ao resto do país.
O projecto visa apoiar o INDE no desenvolvimento e melhoria do novo currículo para o 1.º ciclo, melhorando as competências científicas e pedagógicas dos professores, com o objetivo de elevar os níveis de alfabetização e numerária dos alunos guineenses e a qualidade da educação no país.