A directora nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), Zenaida Lopes Cassamá, defendeu que a Guiné-Bissau precisa de diversificar as exportações e limitar a dependência da importação de alimentos.
“Num contexto internacional marcado por crescentes incertezas, somos obrigados a estar mais vigilantes, a realizar profundas reformas para acelerar a diversificação das nossas exportações e limitar a nossa dependência de importação de alimentos”, disse Zenaida Lopes Cassamá.
A directora nacional do BCEAO falava na sessão de apresentação das contas externas da Guiné-Bissau, relativas a 2021.
De acordo com a responsável, as transacções económicas e financeiras da Guiné-Bissau com o resto do mundo, em 2021, resultaram num aumento do excedente do saldo global da balança de pagamentos, em consequência da melhoria de transacções correntes. “No entanto, é de salientar que a balança comercial, à semelhança dos últimos dois anos, apresentou um saldo deficitário”, indicou.
Zenaida Cassamá, de acordo com a Lusa, sugeriu que o Governo pode definir as orientações das políticas económicas, nomeadamente no que diz respeito às remessas de emigrantes, importante fonte de financiamento do país, e ao incentivo de produção de cereais para minimizar o impacto das importações.
Segundo os dados do BCEAO, o saldo da balança de pagamentos de 2021 apresentou um superávit de 60.716 milhões de francos cfa (cerca de 92 milhões de euros). O comércio de bens registou uma melhoria passando de um défice de 53.806 milhões de francos cfa (cerca de 82 milhões de euros) em 2020 para um défice de 27.730 milhões (cerca de 42 milhões de euros) em 2021.
*Adnardo Barros