Se acha que tem dificuldades no seu negócio, pense de novo. Além de ser visto como o parente pobre das instituições financeiras, o microcrédito ainda tem de viver com um financiamento externo que muitas vezes nem a conta-gotas chega. Joaquim Catinda é director-executivo da Kixicrédito, que se propõe elevar a um novo patamar, mesmo num cenário em que, explica, é quase milagre receber divisas para fazer pagamentos ao exterior.
A Kixicrédito até tem uma nova linha de financiamento contratada a uma instituição externa, mas sem provas de que conseguirá respeitar o pagamento, o dinheiro não vem. O caminho é duro, com limites de concessão de crédito que não acompanharam a desvalorização do kwanza face ao dólar e por isso é cada vez menos impactante a capacidade de intervenção do microcrédito junto dos empreendedores. Contudo, nem tudo são curvas perigosas, e pela frente antevê-se a possibilidade de o governador do Banco de Angola prestar atenção às necessidades deste modelo de financiamento.
“Para ter uma ideia, o último pagamento que conseguimos fazer aconteceu em meados de 2015”, explica Joaquim à FORBES, num trabalho que chega ao leitor neste mês de Outubro.