O preço dos produtos faz com que a Walmart pareça uma cadeia de luxo, mas isso pouco importa para os 90 milhões de utilizadores da Wish, que compram por impulso uma extensa cesta de produtos, alguns deles de utilidade duvidosa. Um dos resultados está a ser o crescimento da fortuna de Peter Szulczewski. um ex-engenheiro da Google, de 37 anos, que fundou o aplicativo digital para dispositivos móveis e assim vai fazendo a sua fortuna crescer para a casa dos milhares de milhões de dólares.
Peter nasceu na Polónia e a partir da sua obsessão com as finanças dos comuns mortais desenhou a Wish, um mercado de comércio electrónico à “medida deles”, repleto de produtos sem marca que são encomendados directamente ao fabricante chinês. Alguns deles nem chegam a casa do cliente, outros não têm a qualidade requerida, mas, entretanto, o aplicativo Wish já se tornou, ao longo de 2018, no mais descarregado nas lojas da Google e Apple. O fascínio é fácil de entender, bastando abrir esta parede pejada de mosaicos de produtos para qualquer necessidade e com preços que chegam a ser de… zero – produtos há em que apenas se paga pelos portes. O factor de atracção é tão elevado que não serão mais de 20% os clientes iniciais da Wish que se controlam, e assim voltam a usar a app para comprar uma segunda vez.
A gratuitidade de produtos seleccionados pela Wish é uma das formas encontradas pelos responsáveis da aplicação para incentivar uma pool de 10 mil utilizadores a tornarem-se em “polícias” da qualidade e ajudarem a eliminar retalhistas obscuros que vão colocando produtos nesta plataforma sem que, aparentemente, tenham sequer a intenção de os enviar ao utilizador. Um mundo de consumismo a não perder na Forbes, já à venda.