O Ministério das Finanças timorense prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) não petrolífero cresça este ano 2,9% e 3,1%, no próximo ano, com o país a registar uma inflação de 6,7% no corrente ano.
As previsões fazem parte dos cenários macroeconómicos da proposta de Lei das Grandes Opções do Plano (LGOP) apresentada pelo Governo ao Parlamento e que deverá ser debatida ainda este mês.
Parte do crescimento este ano – uma revisão em alta face aos 2,7% de crescimento previstos inicialmente – deve-se ao Orçamento Geral do Estado (OGE) retificativo, aprovado nesta Quarta-feira, 11, no Parlamento Nacional, e que ainda tem que passar pelo ‘crivo’ do Presidente da República.
O Parlamento Nacional timorense aprovou o Orçamento Geral do Estado (OGE) retificativo para 2022, o maior da história do país e que aumentou os gastos públicos mais de 1,2 mil milhões de dólares.
Se o OGE retificativo for promulgado pelo chefe de Estado, as contas públicas para 2022 sobem para um total de 3,18 mil milhões de dólares, o que implica um levantamento de 2,5 mil milhões de dólares do Fundo Petrolífero, mais de cinco vezes o total do Rendimento Sustentável Estimado (RSE).
“Espera-se que este aumento no tecto orçamental resulte apenas num aumento extra de 0,2% do PIB em relação às previsões anteriores com base no orçamento aprovado”, de acordo com a proposta de Lei das Grandes Opções do Plano, citada pela Lusa.
No que se refere à inflação, os dados do Governo antecipam que os preços cresçam este ano 6,7% e pelo menos 3% em 2023 e 2024.
O pouco impacto do OGE retificativo no PIB real deve-se à maior fatia que destina ao novo Fundo para os Combatentes da Libertação Nacional (FCLN) e, portanto, “grande parte não será de imediato desembolsado e não terá impacto na economia”, indica o Governo.
Além disso, “a execução tende a ser menor para orçamentos mais altos” pelo que “os pressupostos em torno da execução orçamental foram ajustados para baixo”, referiu.
No próximo ano, as previsões são de um reforço do crescimento do PIB, em parte, porque “o investimento em infra-estruturas e capital humano, ao contrário das despesas de consumo, têm um impacto positivo no crescimento económico”.