A Ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Guiné-Bissau, Fatumata Djau Baldé, lançou um apelo a todos os cidadãos guineenses para que plantem pelo menos uma árvore, como parte de uma campanha nacional de reflorestação. No âmbito desta iniciativa, o Governo disponibilizou 15 mil plantas para serem distribuídas por todo o país.
A cerimónia de lançamento do Mês da Árvore teve lugar na vila de Embunhe (antiga Nova Vizela durante a era colonial), nos arredores de Bissorã, no centro do país. Durante o evento, Fatumata Djau Baldé sublinhou a importância da reflorestação e encorajou os guineenses a participarem ativamente, plantando árvores nas suas casas, comunidades e locais de trabalho.
“Lanço daqui de Embunhe um repto a todos os guineenses para plantarem, pelo menos, uma árvore durante este mês nas suas casas, nas suas comunidades ou nos seus ministérios”, declarou a ministra.
A ministra destacou que esta campanha é crucial para mitigar os danos causados pelo abate ilegal e indiscriminado de árvores, prática que tem prejudicado gravemente as florestas da Guiné-Bissau. Desde que o actual Governo assumiu funções, em dezembro passado, não foi concedida nenhuma licença para exploração madeireira, afirmou Djau Baldé.
A ministra alertou que, sem medidas de proteção, as consequências da desflorestação serão devastadoras, incluindo o agravamento das mudanças climáticas, perda de biodiversidade e impactos negativos nas vidas das populações locais.
“Sabemos que os lenhadores estão a injetar substâncias químicas nas árvores para que possam secar rapidamente e serem vendidas em lenha. Isso é mau para a floresta”, afirmou Baldé.
Fatumata Djau Baldé anunciou ainda que o Governo está a preparar um decreto para proibir a produção de lenha a partir da árvore “pau de sangue”, uma das espécies mais emblemáticas do país, mas que está em risco devido à exploração desenfreada.
Embunhe, localizada na região de Oio, foi apontada pela ministra como uma das áreas mais afetadas pelo corte ilegal de árvores. Djau Baldé denunciou que grande parte da madeira é contrabandeada para o Senegal e apelou aos líderes comunitários da região para que impeçam a ação de madeireiros sem licença.
A ministra também chamou a atenção dos agricultores da região de Oio para os impactos do desflorestamento nas ‘bolanhas’ (campos de cultivo de arroz) e na estância balnear de Varela, onde o corte de árvores está a causar invasão de sal e erosão costeira, respetivamente.
Complementando as declarações da ministra, a diretora-geral da Floresta, Fatumata Baldé, alertou para as graves consequências do abate de árvores de grande porte, nomeadamente o aumento da força dos ventos no país. Baldé realçou que uma árvore oferece inúmeros benefícios, incluindo a proteção dos solos, fornecimento de alimentos e medicamentos às comunidades rurais.